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EDP declara Estado de Emergência em Coimbra e admite pedir ajuda internacional

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Paulo Novais / Lusa

O distrito de Coimbra foi um dos mais afetados com a passagem da tempestade tropical

A EDP Distribuição declarou neste domingo o Estado de Emergência para o distrito de Coimbra, o mais grave previsto no seu plano de atuação, e admite recorrer a meios internacionais para reparar os danos causados pela tempestade tropical Leslie.

Em comunicado, a empresa diz que, “face aos danos da rede elétrica causados pela passagem do furacão Leslie, os quais foram confirmados durante o dia de hoje pela avaliação técnica da EDP Distribuição, declara, para o distrito de Coimbra, o Estado de Emergência, o mais grave previsto no seu plano operacional de atuação em crise, desde as 20h deste domingo”.

Esta declaração de Estado de Emergência “resulta de acontecimentos com grandes repercussões e concretiza-se na mobilização, com âmbito nacional, de todos os meios humanos, materiais e equipamentos disponíveis na empresa, seus prestadores de serviço e fornecedores”, adianta a EDP Distribuição.

A elétrica conclui ainda que “poderá também ser ponderado, em caso de necessidade, o eventual recurso a meios internacionais“.

Anteriormente, a EDP Distribuição já tinha avançado que os danos provocados pela passagem da tempestade eram “muito significativos” na rede de distribuição de energia.

“Com a circulação de viaturas possível no dia de hoje, bem como o sobrevoo de helicóptero, foi possível confirmar danos muito significativos provocados pelo furacão Leslie na rede de distribuição de energia”, refere a empresa em comunicado, num balanço à situação às 19h.

Atualmente, “estão sem energia elétrica cerca de 100 mil habitações“, o mesmo número que tinha sido avançado pela EDP Distribuição durante a tarde. Destacou que há zonas “muito preocupantes no distrito de Coimbra, em particular as localidades abastecidas pelas subestações de Louriçal e Soure, onde várias linhas de alta e média tensão (AT/MT) permanecem inoperacionais, com postes danificados”.

Perante a dimensão dos estragos, “não é ainda possível estimar a data para a conclusão dos trabalhos”, tinha avançado no balanço anterior. No entanto, “a reparação de linhas, bem como o reforço de meios auxiliares como sejam geradores de emergência (50 instalados no momento) tem permitido uma progressiva redução de situações de avaria”.

“A EDP Distribuição mantém um contingente de mais de 500 operacionais no terreno, tendo mobilizado, desde cedo, equipas noutros locais do país”, continuou. A EDP Distribuição “está, como sempre, fortemente empenhada e a desenvolver todos os esforços para a normalização do serviço de fornecimento de energia tão rapidamente quanto possível”, referiu, salientando que “mantém a colaboração com todas as entidades envolvidas nestes processos, nomeadamente Proteção Civil e autarquias”.

No balanço ao início da tarde o presidente do Conselho de Administração da EDP Distribuição, João Torres, disse que “mais de 100 mil consumidores” permaneciam sem energia, “depois de terem chegado aos 300 mil.

A passagem do Leslie por Portugal, no sábado e no domingo provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados. A Proteção Civil mobilizou 8217 operacionais, que tiverem de responder a 2495 ocorrências, sobretudo queda de árvores e de estruturas e deslizamento de terras.

O distrito mais afetado pelo Leslie foi o de Coimbra, onde a tempestade, com um “percurso muito errático”, se fez sentir com maior intensidade, segundo o comandante nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

ZAP // Lusa

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