A Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, fez queixa ao Ministério Público e abriu um processo de averiguações devido a uma alegada praxe violenta que terá ocorrido na Serra da Estrela, com caloiros obrigados a despirem-se e a serem agredidos com pás.
Numa nota enviada à Agência Lusa, a UBI destaca que enviou para o Ministério Público (MP) da Covilhã “uma queixa relativa a actos de violência que terão ocorrido na última semana, entre alunos da instituição”, durante uma praxe.
A UBI explica que este procedimento surge na sequência de uma participação que foi feita por parte de um aluno desta instituição do distrito de Castelo Branco. A Universidade sublinha que foi a única participação que recebeu até agora, desde o início do ano lectivo.
A praxe em causa terá decorrido com um estudante do primeiro ano do curso de Ciências Biomédicas da UBI que terá sido levado, juntamente com outro colega, durante a noite, para a Serra da Estrela, onde terão sido obrigados a despirem-se e a colocarem-se de gatas, acabando por ser agredidos com pás, segundo o Correio da Manhã de domingo.
A Sábado apurou que os autores da alegada praxe pertencem a “um “grupo secreto” de apenas homens”, auto-intitulado de “Dominus Praxis“, que tem um “código [‘regras’] de praxe” próprio. Muitos dos elementos do grupo já nem sequer estudarão na UBI, mantendo contudo encontros e jantares regulares.
Este “grupo secreto” tem um perfil no Facebook, onde partilha vídeos com algumas das praxes levadas a cabo.
A Sábado nota que é tradição do grupo levar caloiros “em bagageiras de carros, tapados com as capas dos trajes académicos de outros alunos, para parques de estacionamento à entrada da Serra da Estrela”.
No âmbito da praxe levada a cabo pelo grupo, os caloiros têm que responder a perguntas e quando não sabem, têm “de baixar as calças, colocar-se de gatas e ser agredidos com pás”, relata a Sábado.
Os caloiros ficam, depois, obrigados a respeitarem um “pacto de silêncio“, até por temerem “represálias por parte dos superiores através de agressões físicas”, sublinha a Sábado.
Todavia, um dos caloiros que terá sido vítima desta praxe apresentou queixa, o que levou o Tribunal de Praxe da UBI a expulsar os oito membros que terão estado envolvidos nos abusos, de acordo com a mesma publicação.
Além da queixa ao MP, a UBI também abriu um processo no âmbito da Comissão Disciplinar do Senado, que analisará a situação.
“Provando-se os factos, a sanção poderá chegar à interdição da frequência da UBI durante 5 anos”, salienta a Universidade.
A UBI frisa igualmente que, ao longo do tempo, tem tomado “medidas para que a integração dos novos alunos seja feita de forma civilizada, sendo que há vários anos que não é permitida qualquer prática de praxe dentro das suas instalações”.
Recordando que a instituição apenas “apadrinha” actividades dos alunos que tenham cariz solidário e cívico”, a UBI refere que o reitor da instituição, António Fidalgo, tem salientado, em todos os actos de recepção aos estudantes, que a “integração de novos alunos deve ser feita de forma amigável por todos os intervenientes”.
Na passada sexta-feira, o Bloco de Esquerda denunciou outra situação abusiva, com um caloiro da Universidade de Évora que terá sido obrigado a ajoelhar-se sobre as próprias mãos, com a cabeça no chão.
O Ministério da Ciência e do Ensino Superior “lamenta e repudia” os dois casos de praxes violentas, salientando que foram encaminhados para a Inspecção-Geral da Educação e Ciência (IGEC).
Espera-se, agora, que a IGEC “desenvolva a actuação adequada”, para “punir adequadamente todas as manifestações de poder, humilhação e subserviência associadas a praxes académicas”, salienta o Ministério.
Durante o ano lectivo anterior, o Ministério recebeu dez queixas associadas a praxes violentas, de acordo com a entidade que manifesta o seu “total apoio ao combate a manifestações de abuso”.
ZAP // Lusa
Estes patéticos “estudantes” que se satisfazem de forma cobarde ao humilhar os mais vulneráveis pelo facto de estarem em grupo, “vingam-se” de quem os praxou no passado fazendo o mesmo a outros que não os seus agressores (que mais tarde passam a ser os seus ídolos) , demonstra a forma de quão deficientemente trabalham os seus cérebros que é como se a sua própria individualidade não existisse. Tornam-se seres absortos e cobardes que andam apenas a esbanjar o dinheiro dos papás e das mamãs em vez de tentarem cultivar-se e ajudar o próximo, mais tarde quando mais velhos, olham para o passado com o orgulho das proezas que praticaram, esquecendo-se que têm filhos. Mas quando os seus filhos se tornam as vítimas desta mesmas patetices e cobardias é que alteram o seu ponto de vista, …. mas já é tarde ….
Todo aquele que invade de forma não autorizada a privacidade de outro deve pagar imediatamente na justiça, para que não voltemos a ver casos como o “Caso do Meco”, que enquanto ficamos momentaneamente muito indignados, outros choram para sempre a morte dos seus filhos.
Boa tarde.
Sinceramente, não percebo nada disto. Se está em todo o lado, facebook, televisão e meios de comunicação em geral, por que raio, de uma vez por todas, não se tomam medidas?! Sou totalmente contra este tipo de palhaçadas! Na minha opinião, é precisamente o contrário que deveria ser feito, com os supostos DOUTORES/ENGENHEIROS de Curso Terminado ou em fase “de” (vá-se lá saber em quantos anos!) a serem OBRIGADOS a receber e bem encaminhar os seus pares, que mais tarde serão colegas, quem sabe até, a trabalhar nas mesmas empresas.
No distante ano de 1991 ingressei em Sociologia, nos ISCTE, em regime pos-laboral. Ao entrar na instituição, deparei-me com cenas de ovos esborrachados na cabeça, farinha, pinturas e enfim, muitas palavras jocosas. Perguntei a um dos senhores de capa, se aquilo era normal, se achavam bem… como levava uma pasta de executiva, saltos e fato, devem ter achado que era uma Prof. e contiveram-se. Disse alto e bom som: “Sou uma caloira, não me queres fazer isso a mim?!?!?!?!?!?” – Olharam-me e sim, tive medo, mas mantive-me firme (e só eu sabia o que tremia!!!); acontece que estes “putos” desmobilizaram e não os vi fazerem mais as tais ditas praxes. Os que lá estavam agradeceram e eu só lhes perguntava porque raio se deixavam humilhar daquela forma! “Ah, é tradição e tal…” – diziam. Infelizmente, tive que abandonar o Curso, por motivos financeiros, porque trabalhava de dia e não consegui pagar as propinas, tendo feito apenas um semestre. Mas já intervi muitas vezes na rua, ao ver estes espectáculos deploráveis. Os Pais têm que se unir e não há que ter vergonhas ou medos! E as inst. de ensino têm que acabar com estas palhaçadas! É a minha opinião e vale o que vale, mas uma coisa garanto: o meu filho tem 15 anos e ai de quem se atravesse no caminho dele e dos colegas dele, quando a altura chegar. Uma boa tarde p/todos.
Sob a capa do acolhimento e do convívio sempre se praticaram, e continuam a praticar-se, actos bárbaros, por cretinos que pensam ser mais do que os outros. É tempo de colocar um ponto final nestas situações.
Culpados são vários logo a começar certamente dentro das universidades, passando pelas autoridades, justiça e Parlamento que nada se faz para travar de vez com esta espécie rara de humanos, quando houver um pai que perca a paciência e faça justiça por mãos próprias talvez estes energúmenos pensem duas vezes antes de actuar. Senhores doutores de caca, aproveitem os estudos para se cultivarem em vez de se desumanizarem, são a vergonha deste país!.
Culpados são vários logo a começar certamente dentro das universidades, passando pelas autoridades, justiça e Parlamento que nada se faz para travar de vez com esta espécie rara de humanos, quando houver um pai que perca a paciência e faça justiça por mãos próprias talvez estes energúmenos pensem duas vezes antes de actuar. Senhores doutores de caca, aproveitem os estudos para se cultivarem em vez de se desumanizarem, são a vergonha deste país e tudo isso só demonstra quanto débeis e inseguros são na vossa personalidade humana!.
Estes cobardes não passam de uma parte ínfima das academias mas fazem um estrago enorme numas minorias que ainda não perceberam a amplitude do seu erro e o dos seus pretensos mentores!
Transmitir e incutir valores tão errados e degradantes como submissão, humilhação, subserviência, idiotismo, secretismos etc. Em vez de respeito, dignidade, transparência, honestidade, pragmatismo; utilidade, proficiência e sapiência é a demonstração cabal da degradação moral, ética e cívica das sociedades que toleram tais atrocidades!