O Governo venezuelano anunciou que irá pagar as dívidas às companhias aéreas estrangeiras no país e que porá fim à relação com a Air Canadá, devido à decisão “unilateral” da operadora de suspender os voos para Caracas.
“Através do Centro Nacional de Comércio Exterior vamos tratar de manter o pagamento da faturação de 2014 e procurar um mecanismo de negociação para o pagamento das dívidas do ano anterior”, anunciou esta segunda-feira Hebert Garcia, o ministro dos Transporte Aéreo e Aquático venezuelano.
Hebert Garcia falava aos jornalistas no âmbito de uma reunião com 21 representantes de linhas aéreas, durante a qual precisou que já na próxima semana poderão ser efetuados alguns pagamentos e que as operadoras vão ser informadas, “de forma direta”, do calendário de pagamentos da dívida.
O ministro sublinhou que o Governo venezuelano iniciou os procedimentos para notificar a Air Canadá de que dá por terminada a relação comercial” com a transportadora, na sequência da decisão “unilateral e sem consultar as autoridades” da empresa de suspender os voos a Caracas, por alegada falta de segurança.
“A Air Canadá tem voado para países que têm tido problemas muito mais graves de segurança dos que têm a Venezuela”, frisou.
Segundo a Associação de Linhas Aéreas da Venezuela, 11 das 26 companhias que voam para Caracas reduziram desde janeiro passado a oferta de lugares, nalguns casos até quase aos 80 por cento, devido à impossibilidade de repatriar os capitais correspondentes às vendas, cujo valor global ascende a 3.700 milhões de dólares americanos.
Na Venezuela está vigente desde 2003 um férreo sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país e obriga as companhias aéreas a terem autorização para poderem repatriar os capitais gerados pelas operações.
Apesar do contexto de reduções e da insegurança, fonte da transportadora aérea portuguesa em Caracas disse à agência Lusa que a TAP-Air Portugal mantêm 3 operações semanais entre Portugal e a Venezuela, com a mesma quantidade de lugares.
A ligação Caracas-Lisboa registou um aumento de 13,8% em número de passageiros entre janeiro e novembro de 2013, fruto de uma procura muito forte, uma “situação excecional” que se mantém e que levou ao esgotamento.
/Lusa