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Afinal, “Os Maias” continuam na lista de leitura do Ensino Secundário

Biblioteca Nacional de Portugal / Wikimedia

Eça de Queiroz, Photographia Contemporanea In O Contemporâneo, nº 108, Lisboa [1882], p. [1]

Afinal, a obra de Eça de Queirós não vai desaparecer da lista de leitura para o Ensino Secundário, como tinha sido proposto pelo Ministério da Educação.

Em julho, o Público avançou que, a partir de setembro, “Os Maias” e “A Ilustre Casa de Ramires”, obras de Eça de Queirós, iam deixar de constar da lista de leitura para o Ensino Secundário.

Agora, de acordo com o jornal, o Ministério da Educação recuou na decisão, tendo em conta a versão definitiva das aprendizagens essenciais para o Secundário, homologada na passada sexta-feira por despacho do Secretário de Estado da Educação João Costa.

As aprendizagens essenciais, que estiveram sobretudo a cargo das associações de professores, vão começar a ser aplicadas a partir do próximo ano letivo, num processo que começará, no caso do Secundário, pelo 10.º ano.

Para o Ministério, a definição destas aprendizagens é necessária para resolver o problema da “extensão” dos atuais programas e permitir que seja fixado um “conjunto essencial de conteúdos” que todos os alunos devem saber, em cada disciplina, no final de cada ano de escolaridade, cita o diário.

A proposta, que esteve em consulta pública até 27 de julho na página da Direção-Geral de Educação, explicava que, no próximo ano letivo, a escolha iria passar pelos próprios alunos e os seus respetivos professores. Assim, os documentos propostos para a disciplina de Português omitiam quais as obras de Eça de Queirós que deveriam ser lidas no Secundário, referindo apenas que os alunos teriam de ler um livro deste autor.

Segundo o jornal, o programa da disciplina, que ainda se encontra em vigor, determina que a abordagem a Eça de Queirós, que faz parte da matéria do 11.º ano, passa pela leitura de um de dois livros: “Os Maias” ou “A Ilustre Casa de Ramires”.

O mesmo se iria aplicar a outras obras, como Almeida Garrett, Alexandre Herculano ou Camilo Castelo Branco e, no caso da poesia, Antero de Quental ou Cesário Verde. Dos géneros literários abordados no Secundário também havia a possibilidade de fazer desaparecer os contos. No entanto, o Ministério também recuou nestes casos.

A supressão da obra de Eça na versão inicial apresentada pelo Ministério da Educação deu origem a um coro de protestos de académicos, professores e especialistas do escritor português.

ZAP //

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