A Grécia concretiza esta segunda-feira a saída do seu terceiro programa de assistência, numa data histórica para o país e para a Zona Euro, que vira a página sobre oito anos de resgates.
A Grécia, o país europeu mais atingido pela crise económica e financeira, foi o primeiro e último a pedir assistência financeira — e o único “reincidente” –, e a conclusão do seu terceiro programa assinala também o fim do ciclo de resgates a países do euro iniciado em 2010, e que abrangeu também Portugal (2011-2014), Irlanda, Espanha e Chipre.
No sábado, o diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), Klaus Regling, congratulou-se com a recuperação da autonomia da Grécia, na saída do último programa de resgate, apontando que o país será “uma história de êxito”.
“Há algum tempo nada faria crer que Portugal, Espanha, Irlanda e Chipre seriam histórias de êxito. Refiro-me sempre a estes países como as nossas quatro histórias de sucesso. Agora poderei incluir a Grécia neste grupo”, seguindo sempre as reformas acordadas, disse, na altura, Klaus Regling ao diário grego News247.
Klaus Regling lembrou ainda a importância de a Grécia continuar as reformas realizadas e concretizar os compromissos firmados com as instituições credoras.
Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, utilizou a rede social Twitter para reagir a esta data, congratulando “a Grécia e o seu povo por acabar o programa de assistência financeira”, algo feito com “grandes esforços e solidariedade europeia”.
Atenas reconquistou autonomia, diz Centeno
O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, saudou o fim dos programas de assistência à Grécia, apontando que, ao fim de oito ano, o país “reconquistou o controlo pelo qual lutou”, mas advertindo que tal também acarreta “responsabilidade” acrescida.
Numa mensagem vídeo publicada no seu Twitter, e também no site do Conselho da União Europeia, Centeno começa por sublinhar que “hoje é um dia especial para a Grécia”, pois chega ao fim “um trajeto longo e sinuoso”.
“Mas isso agora é História. Hoje, o crescimento económico melhorou, estão a ser criados novos postos de trabalho, regista-se um excedente orçamental e comercial, e a economia foi reformada e modernizada”, afirma Centeno, acrescentando ter noção de que “estes benefícios ainda não são sentidos em todos os quadrantes da população”, mas garantindo que, “gradualmente, serão”.
Segundo Centeno, “a Grécia enfrenta agora uma nova realidade”, em que “não há mais ações prévias”, mas também não há mais desembolsos”.
“A Grécia reconquistou o controlo pelo qual lutou. Com controlo, vem a responsabilidade. Os gregos pagaram caro as más políticas do passado, pelo que voltar atrás seria um erro prejudicial”, sublinhou então o presidente do Eurogrupo.
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A concluir, Centeno lembra que “a Grécia está agora numa posição na qual pode gozar plenamente a pertença à zona euro, sujeita às mesmas regras dos restantes membros da área do euro”.
“Nesse sentido, a Grécia regressou hoje à normalidade. Por isso, bem-vindos de volta”, conclui.
ZAP // Lusa
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