As 12 crianças e o treinador de futebol que ficaram presos numa gruta inundada na Tailândia e que estavam internados desde a semana passada receberam esta quarta-feira alta hospitalar e falaram pela primeira vez desde o resgate.
Na primeira conferência de imprensa, um dos jovens resgatados, de 14 anos, disse que foi “um milagre” que ele e os seus colegas tenham sido encontrados. Os jovens contaram que não tinham comida e que sobreviveram a beber água que escorria pelas paredes da caverna.
“Nós tentámos sair porque achámos que não podíamos esperar que as autoridades nos resgatassem”, explicou o técnico Ekkapol Chantawong.
Os rapazes pediram ainda desculpa aos seus pais por terem mentido para conseguir sair de casa. Na altura, as crianças disseram que iam jogar à bola, omitindo que, na verdade, iam explorar uma gruta.
Recordaram ainda Kunan, o mergulhador que morreu durante o resgate, esperando que “esteja num sítio melhor”. “Queríamos muito que soubesse que lhe agradecemos do fundo do coração“, disseram.
Os médicos que acompanhavam os adolescentes decidiram antecipar a alta por um dia e, devido ao grande interesse provocado pela história, as autoridades permitiram que o grupo falasse com a imprensa antes de seguirem para as suas casas.
Os psiquiatras que acompanham as crianças e o treinador pediram para ter acesso às perguntas dos jornalistas para afastarem aspetos que podem ser traumáticos para os elementos do grupo.
Os especialistas avisaram ainda que as crianças e o seu treinador poderão sofrer transtornos a longo prazo, devido à intensa experiência vivida na caverna de Tham Luang, no norte da Tailândia. Aconselharam ainda as famílias do jovem a evitar falar com os media, pelo menos, durante o primeiro mês.
O grupo passou uma semana no hospital de Chiang Rai, no norte da Tailândia, depois de terem estado duas semanas presos na gruta inundada.
Os familiares das crianças também estiveram presentes. A organização desta conferência de imprensa explicou também que foram recebidas mais de 100 perguntas enviadas por jornalistas de todo o mundo.
ZAP // Lusa