Cientistas da NASA, em colaboração com a Administração Nacional de Segurança Nuclear do Departamento de Energia dos EUA, criaram um novo sistema de reator nuclear de fissão que poderia permitir missões tripuladas de longa duração à lua, Marte e outras partes do sistema solar.
A NASA está há algum tempo à procura de novas soluções para equipar as suas naves espaciais com motores que nos permitam chegar mais longe do que alguma vez o Homem chegou, que vão do propulsor iónico incrivelmente lento, até ao mítico “motor impossível” com propulsão EM saído das histórias de ficção científica – que está próximo de acontecer.
Mas a solução para o motor que nos levará para além do Sistema Solar poderá afinal estar num reator de fissão nuclear. A experiência, chamada “Kilopower Reactor Using Stirling Technology”, ou simplesmente KRUSTY, já foi testado com sucesso em laboratório.
Para podermos passar bastante tempo em qualquer local do sistema solar que não seja a Terra, precisamos de novas formas de produção de energia. O Kilopower é exatamente isso: um sistema de energia de fissão leve que pode alimentar missões robóticas, bases humanas e missões tripuladas de exploração.
O KRUSTY é capaz de gerar até 10 quilowatts de energia elétrica, o suficiente para várias residências serem alimentadas continuamente por dez anos, ou para manter um posto avançado na lua ou em Marte.
“Energia segura, eficiente e abundante será a chave para futuras explorações robóticas e humanas. Espero que o projeto Kilopower seja uma parte essencial das arquiteturas de energia lunar e marciana à medida que evoluírem”, disse Jim Reuter, da Diretoria de Missão de Tecnologia Espacial da NASA, em comunicado.
O protótipo do sistema possui um pequeno núcleo sólido de urânio-235, bem como tubos de calor de sódio para transferir o calor do reator para motores Stirling de alta eficiência, que depois o convertem em eletricidade.
Este sistema é ideal para locais como a lua, onde a geração de energia usando painéis solares é difícil porque as noites lunares são equivalentes a 14 dias na Terra. Além disso, muitos planos para a exploração lunar envolvem a construção de postos avançados em regiões polares permanentemente sombreadas ou subterrâneas.
Em Marte, a luz do sol é mais abundante, mas sujeita ao ciclo diurno e ao clima do planeta, como tempestades de poeira. Essa tecnologia pode garantir um fornecimento constante de energia que não depende de fontes intermitentes, como a luz solar.
A experência Kilopower foi conduzida entre novembro de 2016 e março de 2017. Além de demonstrar que o sistema é capaz de produzir eletricidade através da fissão, o objetivo dos cientistas era mostrar que é estável e seguro em qualquer ambiente.
Por esse motivo, a equipa realizou a experiência em quatro fases. As duas primeiras foram conduzidas sem energia e confirmaram que cada componente do sistema funcionava adequadamente.
Já na terceira fase, a equipa aumentou a potência para aquecer o núcleo lentamente antes de passar para a fase quatro, que consistiu num teste de 28 horas de potência total. Esta fase simulou todas as etapas de uma missão, que incluiu a inicialização do reator, a aceleração até à sua potência máxima, uma operação estável e o encerramento.
Durante toda a experiência, a equipa simulou várias falhas do sistema para garantir que continuaria em funcionamento. Isso incluiu reduções de energia, falhas no motor e falhas nos tubos de calor. O gerador KRUSTY continuou a fornecer eletricidade, provando que pode suportar qualquer obstáculo que a exploração espacial o imponha.
Se tudo correr como esperado, o KRUSTY pode permitir postos humanos permanentes em diversos locais do sistema solar e além, bem como oferecer apoio a missões que dependem da utilização de recursos locais para produzir combustível.
Este sistema de reatores também pode abrir o caminho para foguetes que dependem de propulsão nuclear-térmica ou nuclear-elétrica, possibilitando missões mais rápidas e mais económicas.
ZAP // HypeScience / Universe Today
O sistema é tão à frente que até faz o tempo andar para trás!
É mesmo! Veja-se a passagem “…A experência Kilopower foi conduzida entre novembro e março de 2017…” isto é, começou em novembro e terminou em março desse mesmo ano. Notável!
ahahah… é isso mesmo… e muito mais.
A NASA está tão avançada que precisa dos foguetões russos e do Cosmódromo de Baikonur senão os americamos da Estação Espacial Internacional morriam á fome e á sede.
Caro Montezuma,
a NASA está mesmo “avançada”. Tanto mais que preferem pagar o serviço de entrega de mantimentos e equipamento aos russos, do que eles próprios o fazerem. Fica mais barato, imputam responsabilidades a terceiros e contornam limitações de orçamento nacional. Neste caso não é preciso parecer esperto, é preciso ser inteligente.
Cumprimentos.
A ignorância é admissível a incúria nem por isso.
Sugiro a quem fez o comentário “o tempo andar para trás!” a ler melhor o artigo, e já agora com atenção.
É “Notável!”, não é!?
Ainda bem que este tipo de reactor já é possível de ser produzido, agora resta acabar com todas as centrais de fusão nuclear (e consequentemente com o lixo nuclear) e substitui-las pelos de fissão nuclear, que não produzem lixo radioativo.
Se é bom para a Lua ou Marte que não tem ninguém, muito melhor será para a Terra.
Que bela confusão este artigo. O reactor serve apenas para produzir electricidade, não tem nada a ver com propulsão. É verdade que a NASA anda a estudar há décadas a propulsão iónica, mas isso não tem nada a ver com o reactor nuclear em causa. Convém estudar as matérias antes de escrever os artigos.
As confusões são várias, só mais uma: – fusão nuclear é o que se pretende, obter energia pela fusão de dois átomos de hidrogénio (a energia das estrelas). Não tem praticamente resíduos poluentes, do tipo radioactivo. Fissão nuclear é a divisão do átomo pesado de urânico 235 por bombardeamento de neutrões (por exemplo), dando lugar a sub-produtos de longo período de semi-vida, portanto radioactivos durante muito tempo.