O médico inglês Julian Totman identificou-se às autoridades portuguesas como o homem do retrato-robô que aparece a segurar ao colo uma criança, mas a polícia continuou a caça ao homem.
No decurso da investigação ao desaparecimento de Madeleine McCann, a 3 de maio de 2007, na Praia da Luz, no Algarve, uma testemunha fez a descrição de um homem que terá sido visto a segurar ao colo uma criança, que deu origem a um retrato-robô.
A informação é avançada pelo jornal The Sun, que conta que o médico Julian Totman se apresentou à GNR explicando que poderia ser ele o homem descrito pela testemunha. No entanto, as autoridades portuguesas continuaram à procura da pessoa do retrato-robô.
Segundo o médico, a imagem poderia descrevê-lo porque, nesse dia, ele tinha ido buscar a sua filha de dois anos à creche do aldeamento na Praia da Luz.
Em declarações ao The Sun, a sua mulher contou que o marido “disse à polícia local que podia ser ele, mas nunca mais soubemos de nada“. A polícia de Leicestershire, avança o jornal, nunca procurou explicações por parte de Totman, que também disse vestir o tipo de roupas descrito pela testemunha.
A testemunha que terá descrito Totman foi Jane Tanner, uma das amigas dos pais de Maddie, Kate e Gerry McCann, que se encontrava com eles a jantar no restaurante do Ocean Club, onde se encontravam hospedados.
Apesar de a polícia ter pedido que não fosse comentado nada sobre o assunto publicamente, Tanner partilhou o que viu por acreditar que Maddie tinha sido raptada.
A amiga do casal disse ter visto, pelas 21h15, um homem de cabelo escuro, casaco castanho, sapatos pretos e calças beges com uma criança de pijama branco e rosa nos braços a passar perto do apartamento onde Kate e Gerry McCann estavam, de férias com os filhos.
No entanto, na altura Tanner não terá dado importância ao assunto, uma vez que ainda não sabia do desaparecimento de Maddie. Só pelas 22 horas, quando Kate e Gerry foram ao quarto e não encontraram a criança é que Jane percebeu que poderia ter visto o raptor.
Em outubro de 2007, a descrição do que Tanner viu foi partilhada pelos McCann.
Em 2011, quando Theresa May, que na altura era ministra da Administração Interna, pediu uma revisão do caso pela polícia britânica, é que o testemunho de Totman foi levado a sério. A investigação por parte das autoridades portuguesas foi posta em causa, segundo a Visão.
De qualquer forma, Andy Redwood, inspetor chefe da Metropolitan Police, afirma agora que as autoridades britânicas têm “quase a certeza de que este retrato não é do sequestrador”. O foco da investigação está agora no testemunho de Martin Smith, um turista irlandês que disse ter visto um homem levar uma criança para longe do Ocean Club.
Caso Maddie
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30 Outubro, 2023 A PJ não esquece Maddie
E o Correio da Manha inglês (the Sun) só “descobriu” isto agora?!
Toda a gente minimamente informada sobre este caso já conhece isto desde os primeiros meses porque o Gonçalo Amaral referiu isso no documentário!
Este caso é paradigmático sobre a influência que os políticos amigos têm na resolução dos assuntos, principalmente quando acontecem fora das suas fronteiras. É este o caso. A amizade do casal com o primeiro ministro de então : Tony Blair, que, por acção directa com as autoridades portuguesas “travou” um procedimento célere e imediato. Se isto se tivesse passado na Inglaterra, os pais seriam imediatamente presos, por negligência, e duvido que a influência do PM lhes servisse para alguma coisa, embora o pai da criança estivesse para ser nomeado Secretário de Estado !
O que me faz impressão, além da situação já referida e do que disse Gonçalo Amaral, é os pais terem transformado este drama num “negócio”. Até com visita papal. É preciso muito engenho !
Tendo em conta os amigos e influência do casal McCann sobre as autoridades inglesas, acho que se o caso se tivesse passado na Inglaterra, nem sequer teria chegado ao conhecimento publico!!