Todos os verdadeiros fãs de “La Casa de Papel”, a série espanhola de ficção que mostra quase em tempo real um assalto bilionário à Casa da Moeda de Madrid, já conhece “Bella Ciao”, a canção entoada pelos protagonistas em momentos-chave da série.
A canção aparece pela primeira vez num flashback que mostra o Professor, interpretado por Álvaro Morte e Berlim, por Pedro Alonso, a prometer que não serão presos mesmo que tudos se complique durante o assalto. A canção é depois entoada noutros momentos da série.
Muitas pessoas podem não saber, mas Bella Ciao tem muita história, não é uma canção feita para a série da Netflix, adianta a BBC.
A música foi hino da resistência italiana contra o fascismo de Mussolini e das tropas nazis durante a Segunda Guerra Mundial.
A referência aparece na série revelada pela personagem Tóquio, de Úrsula Corberó, ao falar do mentor do assalto: “A vida de Professor girava em torno de uma única ideia, “Resistência”. O seu avô, que tinha ficado ao lado dos partigiani, os heróis da resistência antifascista em Itália, para derrotar os fascistas em Itália, tinha lhe ensinado essa música e depois ele ensinou-nos”, explica Tóquio.
Na quarta-feira dia 25 de abril, quando Itália celebrava 73 anos da libertação do nazi-fascismo, a música foi entoada em diversas cidades do país.
Mas a origem de Bella Ciao pode ser ainda mais antiga. Alguns sugerem que a melodia é uma adaptação de uma canção Klezmer, um género que emerge da tradição musical de judeus asquenazes, da Europa Oriental. Mais especificamente de “Oi Oi di Koilen”, do acordeonista ucraniano Mishka Ziganoff, que foi gravada em Nova Iorque em 1919.
Ao ouvir esta melodia em iídiche (dialeto das comunidades judaicas da Europa Central e Oriental) são várias as semelhanças com Bella Ciao.
O hino da resistência italiana teria sido levado ao país por um imigrante que estava nos Estados Unidos. De acordo com outra versão, Bella Ciao teria surgido das canções populares das trabalhadoras dos campos de arroz do vale do rio Pó, no norte de Itália, no século XIX. Canções populares como Picchia alla porticella e Fior di tomba têm excertos que lembram Bella Ciao.
Mas a história de Bella Ciao não termina aí. Nos anos 60, a música tornou-se um hino popular durante as manifestações de trabalhadores e estudantes em Itália.
No governo de Silvio Berlusconi, partidos de esquerda italianos cantavam a música antifascista como forma de protesto.
Mais recentemente, durante uma manifestação de bancários por aumento salarial em Buenos Aires, os funcionários parodiaram a letra de Bella Ciao e cantaram para o governo de Mauricio Macri: “Somos bancários, queremos aumento e Macri tchau, tchau, tchau”.
Em 2013, Bella Ciao foi entoada em protestos em Istambul e, em 2014, nos atos pró-democracia em Hong Kong. Na Grécia, partidos de extrema esquerda também utilizaram a canção em campanhas eleitorais.
Há várias versões de Bella Ciao em ritmos que vão do punk ao ska. A canção foi gravada por Mercedes Sosa e Manu Chao, entre outros.
Pois, quer-me parecer que estamos a ser alvo de um forte ataque com publicidade sub-liminar para uma série que no meu entender e a julgar pelo primeiro episódio (e, vá lá, um bocadinho do segundo até a minha paciência não aguentar mais…) é uma grande porcaria: um desfile de frases feitas e estereótipos, maus actores, piadas forçadas, cenas constrangedoras, enfim, uma série ingénua feita para ingénuos…
Esta série fica por exemplo a 1000 anos luz de uma outra série europeia, no meu entender bem mais genuína: Gomorra.
Quem não quiser perder tempo, não veja a série (mais vale ver desenhos animados do rato mickey..), quem vir, que tire as suas conclusões!
O que vale é que a opinião é como os cus. Cada um tem o seu.
Provavelmente a partir da próxima semana, estará também ligada à conquista do penta campeonato do benfica: “Chora o Vitoria, Chora o Vieira, Penta xau, Penta xau, Penta xau xau xau… “