Renato Silva, o português de 26 anos que ficou em coma induzido depois de ter sido atacado pelo autor do sequestro em Trèbes, no sul de França, já acordou. O jovem poderá ter que viver com uma bala alojada na cabeça.
Segundo o Jornal de Notícias, que cita o pai da vítima, há já alguns dias que os médicos não têm induzido o coma de Renato Silva que, desde então, tem mostrado alguns momentos de consciência.
A equipa de médicos que tem prestado acompanhamento ao jovem acredita que é cada vez mais provável que, estando afastada a hipótese de cirurgia, Renato Silva venha a viver com a bala alojada na cabeça.
De acordo com os exames médicos, a bala não causou danos cerebrais irreversíveis uma vez que entrou por baixo do olho, pela zona da bochecha.
Renato Silva foi, dos 12 feridos daquele tiroteio, o mais grave. Foi o jovem quem deu o alerta às autoridades para o ataque, já depois de ter sido baleado, tendo-se mantido consciente até à chegada da equipa médica e tendo ainda falado ao telemóvel com a mãe.
O português foi mantido em coma induzido para que lhe fossem realizados exames de diagnósticos. No entanto, ainda não são conhecidas publicamente as sequelas com que poderá ficar. Segundo o Le Parisien, o jovem já se conseguiu mover e expressar.
Um amigo de Renato, conta que o dia do acidente, 23 de março, seria o último de um estágio que o jovem estava a fazer. Por isso tinha saído para comprar bolos para um lanche de festejo.
Qaundo estava a caminho da pastelaria, acabou por ser baleado na cabeça por Radouane Lakdim, o responsável pelo ataque – Lakdim entrou à força no veículo, baleou o português e matou um outro passageiro que seguia no carro.
O atacante sequestrou várias pessoas num supermercado e acabou por matar o polícia que tinha pedido para trocar com um dos reféns. Antes disso, o marroquino atingiu a tiro um polícia que fazia jogging com outros três agentes.
De acordo com os relatos, ao entrar no supermercado o homem terá gritado “Deus é grande” e “vou matar-vos a todos”. Terá ainda exigido a libertação de Salah Abdeslam, o principal suspeito dos ataques de 13 de Novembro de 2015, nos quais morreram 130 pessoas.
Do ataque saldaram-se quatro mortes, sendo uma delas a do próprio atirador que foi abatido pela polícia.