Uma antiga namorada de Nordahl Lelandais, o militar que confessou ter assassinado Maelys de Araújo, apresentou queixa contra ele cerca de um mês antes do desaparecimento da criança, temendo que a pudesse matar. Ela acredita que foi “salva pela morte de Maelys”.
Estas revelações foram feitas pelo advogado da ex-namorada de Lelandais, Ronald Gallo, em declarações ao jornal francês Le Parisien.
O advogado conta que Karine – nome fictício -, de 38 anos, ainda hoje vive traumatizada devido à violência que sofreu às mãos de Lelandais, depois de ter acabado a relação que mantinha com ele.
Os dois conheceram-se através de um site de encontros em Maio de 2015 – foi a paixão comum pelos cães que os juntou. Mas Karine acabou o namoro em Dezembro de 2016, depois de perceber que Lelandais a traía com outras mulheres.
“Ele esbofeteou-a violentamente. Não queria esta separação”, conta o advogado de Karine, realçando que Lelandais a ameaçou, em várias ocasiões.
A 18 de Julho de 2017, Karine “escapou por pouco à colisão e a um acidente”, depois de Lelandais ter conduzido o carro contra a sua viatura, como relata Gallo no Le Parisien.
Karine dirigiu-se à esquadra para apresentar queixa e quando lá chegou, Lelandais já lá estava. Mas ela não desistiu e a sua queixa foi registada como um acto que coloca “em perigo a vida de outrem com risco imediato de morte“.
Todavia, o caso não teve seguimento, e cerca de um mês depois, a 27 de Agosto de 2017, Maelys desapareceu de uma festa de casamento. Em Fevereiro deste ano, Lelandais admitiu ter assassinado a criança de forma “acidental”. Depois disso, também confessou a morte do cabo Arthur Noyer.
Karine sente de alguma forma “responsabilidade” e “culpabilidade” pela morte de Maelys, conta o seu advogado.
“Se a sua queixa tivesse sido levada a sério, Lelandais teria sido interrogado, estaria preocupado, seria suspeito, vigiado pela polícia e pela justiça. E talvez o drama vivido por Maelys nunca tivesse acontecido”, sublinha Gallo, notando que a sua cliente também acredita que foi “salva pela morte de Maelys”.
Maëlys de Araújo
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