O Governo do Equador confirmou que vai cortar o acesso à Internet ao fundador da WikiLeaks. Foram os comentários de Julian Assange nas redes sociais sobre o caso Skripal que motivaram esta decisão.
Embora tenha sido aconselhado várias vezes a não se expressar através das suas redes sociais, Julian Assange voltou a fazê-lo. Desta vez, sobre o caso Skripal, sobre o qual critica a decisão do governo britânico de expulsar diplomatas russos em resposta ao envenenamento do ex-espião.
Na passada segunda-feira, o fundador da WikiLeaks questionou no Twitter se Moscovo seria mesmo responsável pelo envenenamento.
“Ainda que seja razoável que Theresa May queira olhar para o Estado russo enquanto o principal suspeito, até agora as provas são circunstanciais e a Organização para a Proibição de Armas Químicas ainda não confirmou o envolvimento russo, permitindo que o Kremlin continue a sustentar a sua tese de perseguição”, escreveu.
No entanto, segundo o Público, os seus comentários chamaram a atenção do deputado do Partido Conservador britânico, responsável pelos Assuntos Exteriores, Alan Duncan, que, num debate na Câmara dos Comuns, lhe chamou “pequena lesma miserável“.
Assange respondeu e o Governo do Equador não gostou. No final de 2017, Assange prometeu não interferir nas relações internacionais do Equador. Contudo, no entender do Governo do país, está em falha com o prometido.
“O Governo do Equador adverte que o comportamento de Assange, com as suas mensagens nas redes sociais, põe em risco as boas relações que o país mantém com o Reino Unido, com o resto dos Estados da União Europeia e com outras nações”, lê-se num comunicado.
Assim, a embaixada equatoriana em Londres, na qual o fundador da WikiLeaks está refugiado desde 2012, anunciou que impôs restrições a Assange no que diz respeito ao acesso a comunicações.
Mas esta não é a primeira vez que a embaixada retira os direito de acesso à Internet a Julian Assange. Em 2016, o Equador cortou-lhe o acesso por considerar que havia potencial de interferência nas eleições presidenciais norte-americanas, pouco depois de a WikiLaks ter divulgados os emails enviados e recebidos por Hillary Clinton.