Presidente da Ucrânia anuncia acordo de paz e prepara eleições antecipadas

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O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, afirmou esta sexta-feira que chegou a um acordo de paz com a oposição para por fim à crise política e violência que assolam o país desde novembro.

Yanukovych divulgou um comunicado após as reuniões que duraram a noite toda e envolveram ministros dos Negócios Estrangeiros da Polónia, França e Alemanha. Na nota, o presidente diz que o acordo será assinado ainda esta sexta-feira. “As partes acordaram uma versão inicial do Acordo de Resolução da Crise. A assinatura do documento deverá acontecer às 12 horas nas instalações presidenciais”, lê-se.

O acordo político que poderá permitir o fim do conflito na Ucrânia implica eleições presidenciais antecipadas, um Governo de coligação e a reforma constitucional, anunciou a televisão do país. “Anuncio o início dos procedimentos com vista a eleições presidenciais antecipadas”, refere o presidente da Ucrânia em comunicado sem adiantar datas.

De acordo com o mesmo documento, o chefe de Estado anuncia igualmente o “processo de regresso” à Constituição de 2004 que reduz os poderes presidenciais face ao governo e ao Parlamento. Yanukovych declarou também a formação de um governo de unidade nacional.

No entanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, demonstrou cautela, e disse que o acordo ainda não é definitivo. A oposição ucraniana também não confirmou a nota do presidente. O ministro francês afirma que a oposição ucraniana ainda quer consultar parte dos manifestantes, antes de anunciar o acordo.

“À beira de uma guerra civil”

Nas ruas, manifestantes e agentes da polícia ainda estão em situação de impasse, depois de uma quinta-feira de confrontos. A União Europeia prometeu sanções ao país, devido à violência contra os manifestantes, e o governo americano disse que também fará o mesmo.

A violência começou no final de novembro, quando Yanukovych rejeitou um acordo de aproximação com a União Europeia, em troca de relações mais próximas com a Rússia.

A quinta-feira foi o dia mais violento desde o começo dos protestos, há três meses. O ministério da Saúde diz que 77 pessoas morreram desde terça-feira, com 577 feridos. Ativistas dizem que o número de vítimas fatais é muito maior. O ministro francês disse que a Ucrânia “está ou estava à beira de uma guerra civil”.

O Parlamento ucraniano aprovou uma moção de repúdio à violência, com a participação de 239 dos 450 parlamentares – a maioria deles da oposição. A moção pede que o uso de armas por policiais contra manifestantes seja banido.

ZAP / BBC / Lusa

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