A presidente do CDS-PP defendeu que António Costa “governa para a imagem”, fazendo lembrar “o tempo das crianças figurantes”, e questionou apelos a consensos quando o executivo dinamita “pontes de diálogo” e revela sectarismo na recusa das propostas centristas.
“Venham-me cá falar de consensos”, afirmou Assunção Cristas, argumentando que o executivo “é o primeiro a quebrar consensos alcançados – como no IRC -, é o primeiro a dinamitar quaisquer pontes de diálogo quando falta à verdade, quando revela sectarismo” na recusa de propostas de alteração ao Orçamento do Estado.
Na intervenção de encerramento da ‘escola de quadros’ da Juventude Popular, em Peniche (distrito de Leiria), a líder centrista procurou colar o Governo de António Costa ao de José Sócrates, sem nunca nomear o antigo primeiro-ministro socialista, em dois traços: o “governar para a imagem” e a má reação à crítica.
“É o Governo que governa para a imagem, para a fotografia, para a propaganda, custe o que custar”, acusou, dizendo que o executivo que cumpre dois anos de legislatura “paga com dinheiro dos contribuintes, parece que agora sob a forma de vales de compras, avaliações sobre a sua performance e perguntas ao Governo, fazendo lembrar os tempos das crianças contratadas como figurantes”.
Cristas referia-se ao inquérito quantitativo de avaliação ao segundo ano do Governo, organizado pela Universidade de Aveiro, sob coordenação do professor Carlos Jalali, para o qual os participantes terão sido pagos, conforme revelou o semanário Sol. O jornal online Observador noticiou, entretanto, que o pagamento foi feito em vales de compras.
Para Assunção Cristas, o executivo de António Costa também “não sabe reagir na dificuldade e na tragédia, é o Governo que convive mal com a crítica”. “Onde há política, vê ataque numa de ‘quem não está connosco está contra o país’. Onde é que já vimos isto? O que é que isto nos faz lembrar?”, interrogou-se.
A líder centrista acusou o Governo de “falta de seriedade e honestidade política”, ao chamar a si “tudo o que corre bem”, como a onda de turismo e a ‘Websummit’, enquanto “descarta para outros o que corre mal”. “Veja-se o caso do jantar no Panteão Nacional, que mais uma vez revelou a falta de caráter do primeiro-ministro”, disse.
Assunção Cristas argumentou que o Governo está “refém da estratégia umbiguista do primeiro-ministro” – uma “estratégia de vistas curtas, baseada no poder pelo poder” -, revelando “sinais de arrogância democrática e desorientação política”.
A presidente do CDS anunciou que, à semelhança do que fez na campanha em Lisboa, irá pedir contributos aos portugueses para construir o programa eleitoral do CDS para as próximas eleições legislativas.
Depois da carta enviada aos lisboetas, desta vez a missiva será entregue em mão e para tal pediu a colaboração do partido e da Juventude Popular, a quem agradeceu o contributo na campanha de Lisboa, da qual aproveitou também o ciclo de conferências com independentes “Ouvir Lisboa”, agora transformadas em “Ouvir Portugal”.
No encerramento da ‘escola de quadros’ dos jovens do CDS, o seu diretor, Diogo Feio, criticou igualmente o pagamento aos cidadãos que participam no estudo da Universidade de Aveiro: “Este Governo disse que não há dinheiro para vales em educação, mas há dinheiro para vales de compras”.
O líder da JP, Francisco Rodrigues dos Santos, anunciou que a estrutura ultrapassou a “marca dos 20 mil filiados” e comprometeu-se a colaborar na “consagração do CDS como partido autónomo de Governo, com a Assunção Cristas a liderar”.
A referência à procura de consensos por parte do Governo feita por Assunção Cristas acontece no dia em que o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, afirmou, numa entrevista ao Público, que o executivo não se fecha na atual maioria de esquerda e “em matérias estruturantes” vai procurar o PSD e o CDS.
“Não temos nas nossas posições conjuntas nenhuma norma que diga ‘o PS está proibido de falar com o PSD e o CDS’. Não está e tem essa vontade em matérias estruturantes”, defendeu Pedro Nuno Santos.
// Lusa
a dondoca do tea party pimba no seu melhor a todo o gás.
O Sol e o Observador dizem que foi… É porque é verdade! Alguém aqui põe em causa a seriedade e credibilidade de jornais com uma qualidade e profissionalismo inegualável?
Onde se lê “inegualável” deve-se ler “inigualável”