O humorista, ator, realizador, produtor e argumentista Jerry Lewis, de 91 anos, um dos mais célebres comediantes da década de 1950, morreu hoje em Las Vegas, no Estado do Nevada, anunciou o seu agente.
Vedeta da comédia norte-americana, nas décadas de 50 e 60 do século XX, Jerry Lewis, o Rei da Comédia, como era conhecido, morreu em Las Vegas, aos 91 anos.
A notícia da sua morte foi dada em primeira mão no Twitter por John Katsilometes, colunista do Las Vegas Review-Journal. Pouco depois, o Variety, através do agente do ator, e o Deadline, que cita um depoimento da família, confirmaram o óbito, que terá ocorrido às 09h15, hora local.
Jerry Lewis iniciou a carreira ao lado do cantor Dean Martin, na década de 1940, e na década de 1960 protagonizou comédias como “The BellBoy” (1960) ou “The Nutty Professor” (1963).
A parceria entre os dois foi um enorme sucesso, durou uma década, gerou 17 filmes e enormes receitas de bilheteira, incluindo “O Grande Jogador” (1953), “O Rei do Circo” (1955), ou “O Barbeiro e o Professor”.
A solo, Lewis continuou a obter o favor do público com o seu estilo de humor físico, vozes exageradas e caretas. “Jerry no Grande Hotel” (1960), “Cinderelo dos Pés Grandes” (1960), “O Mandarete” (1961), “As Noites Loucas do Dr. Jerryll” (1963), “Jerry, Enfermeiro sem Diploma” (1964), “Jerry e os Seis Tios” (1965) e “Onde Fica a Guerra?”(1970) são os títulos que mais se destacam deste período da sua carreira.
Em 1971, um projeto sério e ambicioso marcou-o para sempre. “The Day the Clown Cried“, sobre um palhaço aprisionado pelos nazis que acompanha as crianças judias à morte nos campos de concentração, nunca estreou.
Os executivos que o viram pela primeira vez ficaram horrorizados e a obra deslizou para um limbo do qual nunca mais saiu. Só em 2013 chegaram a público algumas cenas isoladas, mas o filme completo nunca foi exibido. Em outubro do ano passado, 46 anos depois de filmado, um documentário da BBC divulgou algumas das cenas do filme.
Lewis nunca mais teria o brilho de outrora. O seu humor, cada vez mais fora de moda, valeu-lhe fracasso após fracasso. Só a sua maratona televisiva anual de angariação de fundos para a Associação de Distrofia Muscular teve sucesso, e tornou-se numa tradição junto dos espectadores norte-americanos.
Lewis nunca explicou porque se dedicou a esta causa, que lhe valeu o prémio humanitário Jean Hersholt na cerimónia dos Óscars, em 2009. “O importante é fazê-lo, não porque é que o faço”.
O último grande papel de Jerry Lewis surgiu em 1982, na companhia de Robert DeNiro em “O Rei da Comédia“, de Martin Scorsese.
Bastante mais apreciado pela crítica francesa do que na imprensa norte-americana, Lewis viu-se elevado ao estatuto de autor pelos Cahiers do Cinema e foi condecorado com a Legião de Honra, em 1984.
Com duas estrelas na Calçada da Fama, ganhou prémios honorários incluindo o American Comedy Awards, The Golden Camera, Los Angeles Film Critics Association e do Festival de Venice.
Casado duas vezes, com Patti Palmer e Sandra Pitnick, deixa cinco filhos da primeira união e uma filha da segunda.
Descanse em paz