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Líderes da oposição venezuelana regressam à prisão militar

Miguel Gutierrez / EPA

Leopoldo López, um dos líderes da oposição na Venezuela

Leopoldo López e Antonio Ladezma foram, esta terça-feira, novamente colocados na prisão militar de Ramo Verde, nos arredores de Caracas, de onde tinham saído recentemente para cumprir as penas em prisão domiciliária.

O advogado de defesa de Leopoldo López, fundador do partido Vontade Popular (direita), disse à emissora privada Circuito Êxitos que, na madrugada de hoje, tinham podido confirmar que o opositor foi levado para aquela prisão, acrescentando que espera poder vê-lo ainda hoje, por se tratar de “dia de visita legal”.

Por sua parte, Mitzy Capriles, a mulher de Antonio Ledezma (Aliança Bravo Povo), assegurou numa conferência de imprensa em Madrid que os advogados do autarca de Caracas também haviam confirmado o mesmo local de detenção.

Antes, alguns dirigentes do VP e do ABP reiteraram as mesmas informações, responsabilizando o Presidente Nicolás Maduro pela integridade física dos dois membros e sublinhando que desconheciam o local para onde foram transportados.

Vários representantes da coligação da oposição – Mesa de Unidade Democrática (MUD) – difundiram igualmente através do Twitter um vídeo que mostra Ladezma de pijama a ser levado da casa onde se encontrava detido desde 2015.

Uma fonte próxima de López confirmou à agência espanhola EFE que funcionários do Sebin levaram o opositor da casa onde se encontrava preso desde o passado dia 8 de julho.

Poucas horas antes, o líder do ABP tinha recusado a proposta do chefe de Estado que pedia para a oposição concorrer às próximas eleições locais, previstas para o final do ano.

“Não imagino ninguém que seja leal à luta a inscrever-se, numa fila indiana, para esse Conselho Nacional Eleitoral (CNE), já aguentamos muito com esta CNE que foi protagonista, no domingo, de uma fraude grosseira“, referia Ladezma através das redes sociais, pouco antes de ser levado para parte incerta pelos serviços de informações.

Ladezma foi detido em fevereiro de 2015 depois de ter sido acusado de conspiração. Após dois meses na prisão militar de Ramo Verde, foi-lhe atribuída “uma medida cautelar que substitui a liberdade” e, por motivos de saúde, foi-lhe atribuído o regime de prisão domiciliária. Ladezma ainda não foi condenado, quase dois anos e meio depois da detenção.

López esteve na mesma prisão militar durante três anos, onde foi torturado várias vezes, segundo denunciaram os advogados do membro da oposição.

// Lusa

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