Os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia vão fazer uma greve de 31 de julho a 4 de agosto, em protesto contra o não pagamento desta especialização, anunciou o Sindicato dos Enfermeiros.
Em declarações à Lusa, José Azevedo, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, disse que os enfermeiros especialistas “vão endurecer as formas de luta, passando de uma greve de zelo para a greve total”.
“Vai ser um abandono total dos serviços. Vamos reduzir aquilo aos cuidados mínimos, como a lei impõe”, explicou o dirigente sindical, adiantando que o pré-aviso de greve vai ser apresentado pela Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermeiros (FENSE) esta sexta-feira.
O sindicalista falava à porta da Urgência do Hospital de Aveiro, onde decorreu ao início da noite uma conferência de imprensa para fazer um balanço dos dez dias de protesto do movimento de Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia (EESMO).
Os profissionais estão em protesto desde 3 de julho, recusando-se a prestar cuidados diferenciados, uma situação que, segundo Bruno Reis, porta-voz do movimento EESMO, está a afetar 15 Hospitais.
“A vigilância materno-fetal no país está francamente comprometida”, vincou Bruno Reis, adiantando que “há serviços sem enfermeiros especialistas e onde são os médicos que estão a fazer esta vigilância, quando poderiam estar a desempenhar outras funções”.
Este enfermeiro especialista de saúde materna do Hospital de Aveiro diz que é urgente resolver esta questão e adianta que não são só os enfermeiros que estão preocupados.
“Os médicos também estão preocupados e estão desgastados porque estão a assumir eles, quase na íntegra, a vigilância da grávida”, referiu.
Segundo a Ordem dos Enfermeiros, que apoia os profissionais neste protesto, existem cerca de dois mil enfermeiros que, apesar de serem especialistas, recebem como se prestassem serviços de enfermagem comum.
Para dar voz a esta reivindicação, foi criado o movimento EESMO (Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia), o qual organizou no dia 29 de junho uma vigília frente à residência do primeiro-ministro.
// Lusa