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Mais de metade dos britânicos querem novo referendo sobre o Brexit

Tom Evans / Crown Copyright

Theresa May, primeira-ministra britânica

Theresa May, primeira-ministra britânica

Uma nova sondagem divulgada na véspera do arranque das negociações formais, em Bruxelas, mostra que mais de metade dos britânicos gostava de um novo referendo sobre a saída do país da União Europeia.

Segundo o semanário Expresso, que cita os dados de uma sondagem do Survation, 53% dos britânicos querem um novo referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, contra 47% dos inquiridos que, por sua vez, se opõem a uma nova consulta.

Segundo os dados da mesma sondagem, realizada para o jornal The Daily Mail, apenas 35% concordam com a postura da primeira-ministra, que há uns tempos referiu que “um não acordo é melhor que um mau acordo”.

Além disso, cerca de 69% dos inquiridos são contra a saída do país da União Aduaneira, um dos principais focos das negociações, que Theresa May pretende usar como “alavanca”, escreve o semanário.

Numa outra sondagem divulgada este fim-de-semana pelo YouGov, 64% dos ingleses que apoiam o Partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn, dizem preferir trocas comerciais sem restrições em detrimento de mais controlos no setor da imigração, contra 19% dos inquiridos que apoiam antes a postura da chefe do Governo, escreve o Expresso.

35% desses eleitores disseram que votaram há duas semanas, numas eleições em que May foi a grande derrotada, por causa da saída da União Europeia, com 47% a dizerem que querem um “Brexit suave”, contra 4% que preferem antes um “Brexit duro”.

Por sua vez, entre os que votam no Partido Conservador, 60% põem os limites à imigração à frente das trocas comerciais, contra 27% que favorecem a outra abordagem.

Arranque das negociações formais em Bruxelas

Esta segunda-feira, o ministro britânico para o Brexit, David Davis, reuniu-se hoje, em Bruxelas, com o negociador-chefe da União Europeia, Michel Barnier, para dar início às discussões formais sobre a separação.

“Iniciamos esta negociação num tom positivo e construtivo, determinados a construir uma parceria forte e especial com os nossos aliados da UE”, disse. “Há mais a unir-nos que a dividir-nos”, afirmou ainda.

Barnier disse por seu turno que as negociações devem “resolver primeiro as incertezas causadas pelo Brexit – para os cidadãos, mas também para os beneficiários das políticas europeias e para as fronteiras, em particular na Irlanda”.

Em paralelo, e enfraquecida pelo revés eleitoral nas legislativas do passado dia 8, May prossegue as negociações com os unionistas norte-irlandeses (DUP) para assegurar o seu apoio na votação parlamentar que legitime o novo governo.

A primeira etapa das negociações consiste em garantir acordo sobre os três dossiês eleitos como prioridade pelos 27 Estados-membros: o destino dos cidadãos europeus no Reino Unido, a questão da fronteira irlandesa e a “regulamentação financeira”, o pagamento por Londres de todos os compromissos financeiros já assumidos na UE.

O acordo que vier a ser alcançado entre o Reino Unido e os outros 27 Estados-membros tem de ser aprovado pelo PE para entrar em vigor.

ZAP // Lusa

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