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Estudantes criam ecobebidas com resíduo de queijo e “fruta feia”

mischiru / Flickr

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Duas bebidas “totalmente naturais, sem corantes, nem conservantes”, foram criadas, a partir de resíduo de queijo e de “fruta feia” por um grupo de alunos de mestrado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.

Denominada ‘Toal’, a gama “composta por duas ecobebidas totalmente naturais”, foi desenvolvida no âmbito de um projeto de transformação de “subprodutos das indústrias de queijo e hortofrutícola em alimentos saudáveis e nutritivos”, refere a Universidade de Coimbra (UC).

“Na equação para a confeção dos novos produtos, formulados por um grupo de estudantes de mestrado” em segurança alimentar da Faculdade de Farmácia de Coimbra, “entram soro excedente do fabrico de queijo, um subproduto bastante poluente, e morangos que não têm calibre suficiente para venda ao consumidor final” (a designada “fruta feia”).

As duas novas bebidas, idênticas a iogurte líquido e a sumo de fruta, “apenas diferem no conteúdo” (uma tem caráter proteico, outra energético).

Em comum, explicam Daniela Costa e Rita Martins, “as duas bebidas são ricas em antioxidantes e probióticos, que auxiliam na manutenção do sistema imunitário, e os seus açúcares essenciais, bem como os seus pequenos péptidos (pequenas proteínas de fácil absorção), exercem funções ao nível do sistema cardiovascular, nomeadamente no controlo da pressão arterial”.

Na ‘Toal’ proteica, “salienta-se um elevado valor nutritivo e atividade biológica, destacando-se a leucina, essencial no processo de crescimento muscular aliado à diminuição da acumulação de gordura corporal”, acrescentam.

As estudantes, que foram orientadas por Fernando Ramos, docente e investigador da Faculdade de Farmácia da UC, evidenciam o facto de ambas as bebidas constituírem “alternativas saudáveis para o consumidor” e de não prejudicarem o meio ambiente.

“No caso do soro proveniente do fabrico do queijo, estamos a contribuir para mitigar um problema ambiental, evitando que este entre na rede de águas”, enquanto em relação aos morangos, trata-se de “aproveitar fruta que não é vendida ao consumidor final” e de “combater o desperdício alimentar”, sublinham.

A grande inovação destas ecobebidas assenta no facto de aproveitarem “todas as propriedades do soro” (proteínas, água e açúcares) e de não exigirem um processo de confeção complexo, salientam as duas alunas, referindo que a indústria da produção de queijo gera grandes quantidades de soro – de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2015 foram produzidos em Portugal 658 milhões de litros de soro de queijo de vaca.

As ecobebidas ‘Toal’ já foram degustadas por consumidores e a recetividade “foi muito agradável”, afirmam Daniela Costa e Rita Martins, adiantando que já há investidores interessados em financiar o projeto.

ZAP // Lusa

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