A presidente da Associação de Vítimas de Terrorismo (AVT) em Espanha tentou converter o seu número dois em vítima de um atentado, o que lhe permitiria aceder a apoio económico e uma medalha, noticia hoje o jornal El Mundo.
Segundo a mesma fonte, Angeles Pedraza tentou desde outubro de 2011 convencer o Ministério do Interior de que o seu conselheiro Miguel Ángel Folguera teria sido vítima de um atentado da ETA cometido em 1987 junto à sede da Direção Geral da Guarda Civil em Madrid.
Pedraza entregou um dossiê com documentos com carimbo da AVT sobre Folguera num encontro, a 20 de outubro de 2011, que manteve com responsáveis do Gabinete de Apoio a Vítimas.
O pedido foi recusado tanto pelo Ministério do Interior como pela Audiência Nacional por considerar-se não haver qualquer prova de que Folguera estivesse naquele local quando ocorreu o atentado.
As tentativas de Pedraza foram denunciadas por uma psicóloga da AVT despedida da organização e que escreveu ao Governo dando conta das tentativas de registar Folguera como vítima, algo pelo que diz ter sofrido represálias.
O El Mundo recorda que Miguel Folguera é atualmente arguido num processo pelo seu alegado envolvimento numa rede de tráfico de armas pelo qual a procuradoria pede três anos e meio de prisão.
Pedraza negou em comunicado as denúncias feitas sobre este caso, considerando que são uma “vingança pessoal por não ceder a montagens e conspirações” e respondem a uma “estratégica clara para desprestigiar” o seu trabalho.
/Lusa