O surto de hepatite A afetou 138 pessoas em Portugal e “está ainda longe de se considerar controlado”, segundo o diretor-geral da Saúde.
Francisco George esteve esta terça-feira reunido em Lisboa com a sua homóloga espanhola para analisar o surto de hepatite A, que também afeta Espanha.
No final do encontro, em conferência de imprensa, Francisco George adiantou que do início do ano até agora foram diagnosticados 138 casos da doença, com uma grande concentração no final de março. A esmagadora maioria dos casos deste surto é de homens que tiveram sexo anal ou oroanal desprotegido com outros homens.
Especialistas e peritos nacionais já estão reunidos para elaborar uma nova orientação que visa o controlo do surto de hepatite A, devendo definir novas indicações para a vacinação.
Segundo Diogo Medina, médico do Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) diz que Portugal terá 12 mil vacinas que terão de ser criteriosamente administradas.
Aliás, Francisco George lembrou que há uma falta de produção global da vacina para a hepatite A, pelo que há que ser criterioso na administração das vacinas.
Diogo Medina notou a existência de “muita confusão” quanto aos meios de transmissão da doença “ainda pouco conhecida do grande público”.
“Estão alguns mitos a ser propagados como, por exemplo, que se transmite através do telemóvel, dos puxadores de portas, casas de banho e botões do elevador. E que não haja dúvidas que sem ser por água, alimentos contaminados e contacto sexual não é possível ser infetado por este vírus”, sublinhou.
O médico notou que o surto está agora identificado e que se está a avançar na proteção de três populações prioritárias: aqueles que contactam com as “pessoas que estão doentes, que vão ser vacinados”, tal como cidadãos em risco identificados pelos médicos, segundo as recomendações da DGS, e os viajantes.
Diogo Medina adiantou ainda que a expetativa é alargar a vacinação a outros pontos de saúde, que atualmente está concentrada numa unidade de saúde de Lisboa.
// Lusa