O Fundo Aethel, que está ligado a uma empresa de Miguel Relvas e que apareceu com uma proposta de última hora para a aquisição do Novo Banco, acusa a rival Lone Star de ser “oportunista”, notando que não defende os interesses de Portugal.
Este ataque à concorrência surge como o argumento de peso do Aethel para tentar entrar na corrida pelo Novo Banco, cujo processo de venda entrou na fase final de negociações, em exclusividade, com o Fundo norte-americano Lone Star.
O Dinheiro Vivo teve acesso à carta enviada pelo Aethel ao Ministério das Finanças e ao Banco de Portugal, no final de Fevereiro, onde o Fundo se compromete a adquirir 91% do capital do Novo Banco, deixando os 9% restantes nas mãos do Estado Português.
O Aethel propõe-se ainda a pagar “até 2,8 mil milhões” de euros e compromete-se a um aumento de capital de mil milhões de euros, sustenta o mesmo site económico.
O documento não inclui referências ao número de trabalhadores que “serão despedidos” ou aos balcões que serão encerrados, mas tem um forte ataque ao Lone Star, conforme destaca o Dinheiro Vivo.
Classificando os responsáveis do Fundo norte-americano como “novos operadores oportunistas”, o Aethel considera que, “com base nas informações públicas”, a sua oferta “não serve os interesses da República”.
Mas o Dinheiro Vivo constata que a proposta deste Fundo que tem ligações a Miguel Relvas, ex-ministro do governo PSD, pode também “ser vista como oportunista”. É que “os investidores que participam neste Fundo são aqueles que avançaram judicialmente contra o Banco de Portugal e que agora procuram fechar um acordo extrajudicial através da tomada do Novo Banco, ainda antes de qualquer decisão dos tribunais”, salienta a publicação.
Esta proposta de última hora não tem contudo, grandes hipóteses de ser considerada, a não ser que se invertam todas as regras do jogo, conforme aponta o Dinheiro Vivo.
O Aethel Partners, que detém 62% do capital da Pivot, empresa de que Relvas é accionista (31,7%), foi fundado por Aba Schubert e Ricardo Santos Silva.
Ricardo Santos Silva é também, presidente da Pivot, a empresa que aguarda a confirmação oficial do negócio de aquisição do Efisa, o Banco de Investimento do ex-BPN, além de ser presidente de duas sociedades sediadas no paraíso fiscal das ilhas Caimão (a Danae e a Perseus). Ele passou ainda, pelo BES Investimento, entre 2004 e 2007.
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Venha o Diabo e escolha. Afinal donde saíram tantos milhões?
Com o Relvas a operação não deverá ter sucesso, nada como passarem a participação deste no Banco para as mãos das manas Mortágua e o apadrinhamento será quase certo.