“O ‘rating’ da dívida pública de Portugal é suportado por instituições robustas, um forte ambiente empresarial e um dos maiores rendimentos per capita na categoria BB”, justificou a agência de notação financeira.
Porém, acrescentou que estes factores eram contrabalançados por “elevados níveis de endividamento público e privado, um fraco desempenho no crescimento e problemas herdados no sistema financeiro”.
A Fitch salientou também que a economia recuperou no segundo semestre de 2016, graças “ao aumento das exportações e à renovação da confiança dos consumidores associada a uma subida do emprego”.
A agência salienta também que os riscos macroeconómicos internos diminuíram, mas que Portugal permanece vulnerável aos desenvolvimentos externos.
“Uma estrita estratégia de consolidação” orçamental permitiu ainda a melhoria do desempenho nas contas públicas, com o Governo a apresentar um resultado melhor do défice do que a Fitch esperava (2,3% do PIB contra 2,7%).
Para 2017, acrescentou a Fitch, o Orçamento apresenta uma estratégia de consolidação similar à de 2016. Mas a recapitalização da CGD (2,7 mil milhões de euros, especificou) ameaça o resultado final, previu a agência.
A Fitch prevê que o défice em 2017 se situe perto dos 3% do PIB, com a recapitalização da CGD a representar cerca de 1,1% do PIB.
Marcelo desvaloriza ter anunciado a notação
O Presidente da República desvalorizou a questão levantada na tarde desta sexta-feira em torno das suas palavras sobre o ‘rating’ da Fitch a Portugal, acrescentando que se limitou a falar de algo que os “operadores” já conheciam.
“Os operadores já sabiam desde quinta-feira, desde quinta que se sabia exatamente que não havia novidade. Limitei-me a falar desse não haver novidade, que para Portugal é uma boa novidade”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.
Em causa está o anúncio feito pelo Presidente, esta sexta-feira, de que a agência de ‘rating’ Fitch iria manter a notação da República Portuguesa inalterada, algo que, oficialmente, ainda não era público ao começo da noite .
Segundo o Observador, Marcelo terá mesmo violado regras europeias ao anunciar o ‘rating’ da agência de notação antes do tempo. Segundo o jornal online, as normas europeias dizem que a notação só pode ser divulgada após o fecho dos mercados.
ZAP // Lusa