A suposta relação amorosa entre o presidente francês, François Hollande, e a atriz Julie Gayet inspirou várias campanhas publicitárias em França, que ironizam com o caso, e fez esgotar o stock de capacetes Dexter, a marca que o presidente usava nas suas alegadas escapadelas.
Um das fotos mais “inspiradoras” vem de uma sequência de imagens publicadas a de janeiro pela revista de celebridades Closer, mostrando um homem de capacete – que, segundo a revista, seria François Hollande – a apear-se de uma moto e a entrar num prédio, para um suposto encontro com a sua amante.
O homem usa capacete, mas as imagens mostram o segurança pessoal de Hollande a inspeccionar o local poucos minutos antes da chegada da moto ou a aguardar em frente ao prédio o regresso do homem de capacete, e até a levar croissants de manhã cedo.
Hollande afirmou em comunicado “deplorar profundamente o não respeito da vida privada ao qual ele tem direito como qualquer cidadão” e indicou que poderá processar a revista Closer. Mas não desmentiu as informações da revista nem que fosse o homem do capacete nas fotos, que foram um prato cheio para campanhas publicitárias de marcas de capacetes, de empresas de aluguer de automóveis com vidros escuros, de sites de encontros e até de rádios.
‘Para escapadas com segurança’
A sequência do “capacete” inspirou um anúncio da Motoblouz, fabricante do capacete da marca Dexter, a mesma usado pelo homem nas fotos.
“Obrigado senhor presidente por ter escolhido nosso capacete para sua segurança“, diz o anúncio da Motoblouz no jornal Libération, no estilo de carta aberta ao chefe de Estado, assinada pela presidente da empresa.
“Caro presidente, depois da publicação recente das fotos que o mostram usando um capacete da nossa marca Dexter, o modelo está esgotado, fruto do seu sucesso“, diz o anúncio da Motoblouz, que destaca ainda que outros modelos da nova colecção estão disponíveis “para as escapadas com segurança” de Hollande.
O presidente da Motoblouz, Thomas Thumerelle, afirma que só soube que Hollande usava um capacete da sua empresa ao ver as fotos da Closer.
“Foi um super golpe publicitário”, diz Thumerelle. O modelo de capacete, atualmente esgotado, até mudou de nome: chamava-se “Milano”, chama-se agora “Président Bluetooth“.
Logo após a reportagem da revista, a Motoblouz, empresa situada no norte da França que vende os seus produtos online, já tinha destacado nas suas páginas nas redes sociais ser dona da marca que aparece nas fotos da Closer.
A Motoblouz chegou a vender mil capacetes em apenas um dia. Normalmente, a empresa vende 20 mil capacetes da marca por ano.
Carros com vidros escuros
A Sixt, empresa de aluguer de automóveis, também fez uma campanha dirigida directamente a Hollande. “Senhor presidente, na próxima vez evite a scooter. A Sixt aluga carros com vidros escuros“, diz o anúncio.
A Drive é outra empresa do sector de aluguer de automóveis que ironizou a suposta escapada de moto do presidente para se encontrar com a amante.
O anúncio da Drive mostra o percurso supostamente efectuado por Hollande entre o palácio do Eliseu, sede da Presidência, e o apartamento a poucos metros dali, na rue du Cirque, destacando que o trajecto teria custado apenas 5 euros com a Drive.
“Nem visto, nem falado. Carros privados, vidros escuros. Por esse preço, escolha a discrição“, diz a campanha da Drive.
“Encontrar-se com uma amante discretamente? Reserve o seu motorista com a Allocab. Os vidros são escuros“, diz também o anúncio da Allocab, que aluga carros com motorista.
O site de encontros Be2 também aproveitou o suposto caso extraconjugal. “Cara Valérie, a mudança é agora“, diz o anúncio, fazendo referência à ex-mulher do presidente, a jornalista Valérie Trieweiler, e ao slogan da campanha presidencial de Hollande, “a mudança é agora“.
A estação de rádio Virgin, por sua vez, fez um paralelo com a banda Daft Punk, cujos membros nunca mostram o rosto e aparecem sempre de capacete.
“Senhor presidente, sabemos que o senhor é fã. Os Daft Punk estão na playlist da Virgin Radio“, diz a campanha.
Hollande anunciou no sábado, por meio de um comunicado, o fim da sua relação com Trierweiler, com quem não era oficialmente casado.
Segundo a imprensa francesa, a suposta relação de Hollande com a atriz Julie Gayet teria começado há dois anos, pouco antes das eleições presidenciais.
ZAP / BBC
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