“Ótimo serviço, mas não damos gorjeta a negros”, foi o recado deixado num talão a uma empregada de mesa afro-americana de um restaurante na Virgínia, nos Estados Unidos.
Era suposto ser mais um dia normal de trabalho para Kelly Carter, empregada de mesa no restaurante Anitta’s, no estado de Virgínia, Estados Unidos, quando um simples talão acabou por se tornar uma desagradável surpresa.
“Ótimo serviço, mas não damos gorjeta a negros”, podia ler-se no papel deixado numa das mesas que a afro-americana tinha atendido. Recorde-se que, nos EUA, este ato de deixar gorjeta é habitual e, na maioria das vezes, até já está incluído na conta final.
Kelly conta que leu o bilhete três vezes para ter a certeza de que o que estava escrito era verdade. O caso acabou por ser difundido nas redes sociais e, o que começou por ser uma história de preconceito, tornou-se numa verdadeira onda de solidariedade.
O proprietário do restaurante, Tommy Tellez, conta que ficou horrorizado e indignado mas que infelizmente esta é “uma atitude que está alinhada com o cenário político atual”. No entanto, está muito contente por ver que tantas pessoas se solidarizaram com esta história.
Tellez contou à imprensa que muitos americanos já foram propositadamente ao restaurante para conhecer Kelly, dar-lhe uma palavra de apoio ou até mesmo uma gorjeta. Na Internet, corre também uma campanha de arrecadação de fundos que já conseguiu uma “gorjeta coletiva” de cerca de 300 dólares.
Kelly diz que não se deixa abater pelo sucedido e, caso aconteça, está pronta para servir o mesmo casal novamente, sem ressentimentos.
No Twitter da NAACP, a associação de defesa dos afro-americanos que denunciou a situação, surgiram muitos comentários a dizer que o talão era falso e que a caligrafia não correspondia com a da assinatura acima.
ZAP // Hypeness
Puro racismo mas esta da praticamente obrigatória gorjeta num país dito desenvolvido não parece combinar muito bem uma coisa com a outra.
Acho a prática da gorjeta uma coisa humilhante, tanto para quem a dá como para quem a recebe. A obrigação de remunerar o trabalhador por um valor justo cabe unicamente à entidade patronal, nunca ao cliente. A gorjeta é equivalente a uma esmola, algo de muito pouco digno.
Também acho, faz lembrar a imagem de um cliente de prostitutas que deixa o dinheiro encima da cómoda ou algo parecido.