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Atentado suicida na Nigéria cometido por duas crianças

O atentado suicida que fez, este domingo, um morto e 18 feridos num movimentado mercado da cidade de Maiduguri, no nordeste da Nigéria, foi cometido por duas meninas de 7 ou 8 anos, informaram responsáveis.

As primeiras informações eram de que o ataque tinha sido perpetrado por um homem e uma mulher que se tinham feito explodir e que o balanço do ataque era de 17 feridos.

Mas o governador do estado de Borno, Kashim Shettima, deslocou-se ao hospital para onde foram levados os feridos e disse aos jornalistas no local que o duplo atentado fez um morto e 18 feridos.

E, segundo um membro das milícias civis da capital de Borno, Abdulkarim Jabo, que estava no mercado, o atentado foi cometido por duas meninas, que “deviam ter 7 ou 8 anos”.

“As raparigas desceram de um riquexó e passaram à minha frente sem mostrar qualquer emoção”, contou à agência France-Presse.

“Tentei falar com uma delas, mas ela não respondeu. Pensei que estavam à procura da mãe”, acrescentou. “Ela dirigiu-se aos vendedores de aves e acionou o cinto de explosivos“.

A segunda explosão deu-se quando os vendedores ajudavam os feridos da primeira.

“Retirámos 17 pessoas, com diferentes tipos de ferimentos”, disse Bello Dambatta, da unidade local de gestão de emergências.

“Os corpos mutilados das duas bombistas também foram retirados”, adiantou.

O atentado não foi reivindicado até ao momento, mas o procedimento é o habitualmente utilizado pelo grupo jihadista nigeriano Boko Haram, que já recorreu anteriormente a mulheres e meninas para perpetrar ataques contra a população.

Na sexta-feira, 45 pessoas morreram e 33 ficaram feridas num duplo atentado suicida cometido por duas mulheres num mercado de Madagali, no estado de Adamawa, cidade próxima de um bastião do Boko Haram e, em fevereiro de 2015, o grupo utilizou duas crianças de 8 e 10 anos para um atentado em Potiskum, no estado de Yobe.

Segundo organizações não-governamentais, vários milhares de mulheres e raparigas foram sequestradas desde o início da insurreição armada do Boko Haram. As 219 meninas de uma escola de Chibok, raptadas em abril de 2014, tornaram-se um símbolo desses raptos.

A rebelião do Boko Haram já deixou pelo menos 20 mil mortos e mais de 2,6 milhões de deslocados desde 2009.

ZAP / Lusa

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