O ex-presidente da Câmara do Porto não exclui a possibilidade de se candidatar à liderança do PSD em 2018, se até lá “não aparecer uma alternativa credível”.
Em entrevista ao Diário de Notícias, Rui Rio falou abertamente sobre a situação atual do PSD, da liderança de Passos Coelho e da possibilidade de vir a ser o seu substituto.
O ex-presidente da Câmara do Porto diz que, caso “o partido não conseguir descolar” até 2018, é expectável que surja uma alternativa de mudança.
“Será sinal de falta de vitalidade interna se o PSD continuar com grandes dificuldades de aceitação junto das pessoas e se, mesmo assim, não aparecer uma alternativa credível a disputar a liderança”, declara.
Questionado sobre se poderá ser o próprio a assumir essa mudança, Rio não exclui essa possibilidade. “Poderá ser o Rui Rio? Poderá”, respondeu.
Porém, o antigo secretário-geral do PSD admite que pesam vários fatores na hora de tomar essa decisão.
“Perceber se os apoios que eu possa ter são convictos e se acreditam mesmo em mim. Se as outras alternativas são suficientemente credíveis e robustas para servirem o PSD e o país. Se há espaço para implementar o fundamental das minhas ideias e da minha maneira de ser, que como sabe tendem a ser um pouco disruptivas relativamente à política na sua forma mais tradicional. Se sinto condições para gerar uma dinâmica de mudança e de desenvolvimento em Portugal. E, até, se tenho os inimigos políticos corretos”, explicou.
O ex-autarca reconhece que, nas últimas eleições diretas, condicionou o facto de Passos Coelho ter “acabado de conseguir ser o mais votado em eleições nacionais muito recentes”, o facto de querer continuar e também porque tinha o apoio da maioria dos militantes do partido.
“Hoje, o quadro já não é bem o mesmo e no futuro logo se verá”, atirou Rio, acrescentando que tem sido pressionado “por militantes e por não militantes” para concorrer.
Ao jornal, Rio acrescenta ainda que o desfecho das autárquicas “não é decisivo” para uma vitória nas legislativas, mas que, com um mau resultado, a posição do atual líder dos sociais-democratas “não fica mais forte”.
ZAP
Passo Coelho é, desde que deixou de governar, um lider a prazo numa altura em que ninguèm quer comandar “a caravana” que atravessa o deserto. Ao empurrar o PSD para uma direita neo-liberal e reacionária, ignorando por completo a matriz social democrata do partido originou aquilo que nunca se tinha visto em mais de 40 anos de democracia; a união da esquerda e a formação de um governo socialista apoiado na assembleia por partidos que por norma estavam fora do arco da governação.
Se nas próximas eleições o PSD não tiver um bom resultado, muito rápidamente o Coelho vai ser “esfolado” e rápidamente esquecido pelo partido.