O Instituto da Segurança Social (ISS) informou hoje que um problema no sistema informático do banco vai atrasar o pagamento dos salários dos seus funcionários, efectuado ao dia 21 de cada mês.
“Embora o Instituto da Segurança Social tenha desenvolvido, como habitualmente e em tempo útil, todos os procedimentos destinados ao normal processamento dos salários dos seus funcionários, um problema no sistema informático do banco emissor dos mesmos inviabilizou a sua recepção por parte dos funcionários deste instituto durante a manhã de hoje”, esclareceu o ISS, em comunicado.
O pagamento dos salários é efectuado ao dia 21 de cada mês, quando se trata de dia útil, e no primeiro dia útil seguinte ao dia 21 quando este coincide com dia não útil.
O Instituto assegurou, no comunicado, que “a autorização de pagamento dos salários do mês de Janeiro foi transmitida à entidade bancária atempadamente e o montante em causa foi debitado na data devida”.
O ISS garantiu ainda que “está a diligenciar todos os esforços junto da entidade bancária para a urgente reparação desta falha, tendo já tido a garantia que a entidade bancária está a tratar este assunto com prioridade absoluta visando a sua correção com a maior brevidade”.
Em causa poderá estar o salário de mais de sete mil funcionários do Instituto, segundo números facultados à Lusa por Luís Pesca, dirigente da Federação dos Sindicatos da Administração Pública.
O dirigente sindical insurgiu-se contra este atraso “numa altura em que os trabalhadores vivem tempos difíceis devido aos cortes salariais e ao ajustamento das tabelas de IRS”.
“O ISS tem de solucionar rapidamente esta situação e não se pode escudar nos bancos de uma responsabilidade que é sua. Não acredito que só hoje os bancos informassem o ISS, uma vez que o processamento dos salários exige um tratamento atempado junto das entidades bancárias”, afirmou Luís Pesca.
Desde segunda-feira que os funcionários públicos começaram a receber os salários de janeiro, aos quais são já aplicados os cortes previstos no Orçamento do Estado para 2014.
Depois de três anos de reduções salariais entre 3,5% e 10%,que se aplicavam a partir dos 1.500 euros, os trabalhadores do Estado terão agora um corte agravado, entre 2,5% e 12%, nos salários a partir dos 675 euros.
O Orçamento do Estado para este ano prevê que esta redução progressiva seja aplicada, com carácter transitório, a todos os trabalhadores das Administrações Públicas e do Sector Empresarial do Estado (SEE), bem como dos titulares de cargos políticos e outros altos cargos públicos.
Manter-se-á em vigor o corte adicional de 5% nas remunerações de todos os titulares de cargos políticos.
Segundo as simulações da consultora PricewaterhouCoopers para a Lusa, os cortes previstos para 2014 levarão a que, no caso dos ordenados mais elevados, a perda de salário real entre 2010 e 2014 possa chegar quase aos 19%.
/Lusa