O PSD ameaça não participar na discussão do Orçamento do Estado para 2017, alegando que o governo está a esconder dados. A ameaça, contudo, deve ser apenas “fogo de vista”, e Passos Coelho diz que vai propor ao partido que vá a jogo, apresentando propostas, mas sem entrar em discussões de “mercearia eleitoral”.
Em entrevista ao Público, Passos Coelho diz que o PSD pode apresentar propostas para o Orçamento do Estado para 2017 (OE 2017), ao contrário do que fez no ano passado.
“Não vamos andar a fazer propostas avulsas, sobe aqui, desce ali”, avisa o líder do PSD, salientando que o seu partido vai a jogo sem entrar em discussões de “mercearia eleitoral” e depois de “definir, com clareza, que espaço é que pode existir” para apresentar novas medidas.
Estas palavras destoam com a ameaça feita pelo PSD de não participar no arranque da discussão do OE 2017 que começa no Parlamento no próximo dia 3 de Novembro, conforme noticia o Diário de Notícias.
O jornal refere que “os sociais-democratas acusam o governo de esconder dados sobre a previsão actualizada de despesas e receitas deste ano”.
Em causa estão as estimativas quanto às receitas e despesas “desagregadas”, frisa o DN, notando que estes dados que costumam ser incluídos no Orçamento não constam do documento entregue no Parlamento pelo ministro das Finanças Mário Centeno.
O aviso não deverá porém, passar de mero “fogo de vistas”, até porque o governo já terá, de acordo com o jornal, manifestado a intenção de “facultar as informações pedidas”.
“Mau orçamento” torna impostos temporários em permanentes
Passos Coelho manifesta a intenção de colocar o seu partido a participar activamente na discussão do OE 2017, nomeadamente apresentando propostas para melhorar o que considera “um mau orçamento” que “não tem uma estratégia de crescimento para o país”.
Na entrevista ao Público, o líder social-democrata critica o “agravamento de impostos que vem para ficar” e acusa o governo de estar a substituir “medidas de emergência” temporárias por outras permanentes.
Passos critica ainda o Executivo de António Costa no âmbito do processo da Caixa Geral de Depósitos, considerando que foi “desastroso a lidar com os problemas do sistema financeiro”.
“Se o Governo decidir provisionar em excesso na Caixa, pode abrir um problema com consequências muito sérias noutros bancos”, avisa o ex-primeiro-ministro sobre a recapitalização do banco público.
ZAP
OE 2017
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