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Um milhão de venezuelanos tomou Caracas e pediu referendo contra Maduro

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Miguel Gutierrez / EPA

Venezuela: a "Tomada de Caracas", 1 de setembro de 2016

Venezuela: a “Tomada de Caracas”, 1 de setembro de 2016

Cerca de um milhão de opositores venezuelanos saíram esta quinta-feira às ruas de Caracas para protestar contra o governo de Nicolás Maduro e pedir a realização de um referendo constitucional para o retirar do poder.

A oposição venezuelana pretendia juntar um milhão de pessoas na “Tomada de Caracas” e congratulava-se esta quinta-feira por te-lo conseguido.

Apesar dos pesados controles impostos pelo governo de Maduro, pessoas de todos os cantos do país juntaram-se na capital venezuelana, muitos deles vestidos de branco ou com as cores amarelo, vermelho e azul, da bandeira nacional.

Os organizadores da manifestação, apelidada de “Tomada de Caracas”, esperavam mais de 1 milhão de participantes.

Este é o maior acto desde a onda de protestos populares realizado em fevereiro de 2014, que resultou na morte de mais de 40 pessoas, além da prisão de milhares de opositores.

A marcha realizou-se enquanto o governo de Nicolás Maduro procedia à detenção de diversos dirigentes opositores e à deportação de jornalistas estrangeiros que pretendiam cobrir o acto.

Eleito em 2013, Maduro é acusado de má administração pela oposição, que venceu as últimas eleições legislativas e detém uma maioria qualificada no Parlamento.

Actualmente, o país atravessa uma séria crise política e económica.

A Venezuela sofre uma inflação galopante – a maior da América Latina – acompanhada de uma enorme crise produtiva, problemas de distribuição de produtos de primeira necessidade, de um mercado atingido por medidas de restrição e regulamentação excessiva.

O país atravessa também uma séria crise de abastecimento de energia.

De acordo com a oposição, as autoridades eleitorais não estão a cumprir os prazos determinados por lei para dar andamento ao processo do referendo com o qual pretende tirar o presidente do poder.

A pressa da oposição justifica-se pelo facto de pretenderem que o processo se realize ainda neste ano.

Se o referendo se realizar apenas no próximo ano, mesmo que o “Não” a Maduro vença, o presidente apenas entrega o lugar ao seu vice-presidente, sem que haja novas eleições.

Maduro diz que “derrotou golpe de estado”

Em nota de imprensa divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores venezuelano, o presidente Maduro declarou que “a paz triunfou no país”.

(dv) Palácio Presidencial de Miraflores

Centenas de milhares de venezuelanos saíram também à rua para apoiar Maduro

Centenas de milhares de venezuelanos saíram também à rua para apoiar Maduro

“Posso dizer hoje, frente a Caracas, a Venezuela e ao mundo, que triunfámos. Continuemos pelo caminho do amor, da Constituição, da paz, da convivência e da luta. Continuemos no caminho do socialismo”, diz Nicolás Maduro.

O presidente venezuelano anunciou ainda que “o governo conseguiu derrotar o golpe de Estado que a oligarquia queria implantar” esta quinta-feira, e que “mergulharia o país na violência”.

Maduro reiterou o apelo para que os defensores do governo se mantenham nas ruas para defender a paz, a soberania, e a liberdade da nação.

O presidente bolivariano fez ainda um apelo à oposição para que “abandone o caminho da violência e do golpe de Estado”.

ZAP / ABr

3 Comments

  1. Também só quando está com fome, é que o povo se mexe
    para fazer alguma coisa.
    Caso contrário, deixa-se estar (na sua triste ignorância)…

  2. Um país rico em recursos caído nas mãos de um socialismo ditatorial, cego e retrógrado que está a levar o povo há maior das misérias.

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