Um físico nuclear iraniano, proclamado como herói, foi enforcado pelo governo local por alegadamente ter fornecido informações aos EUA sobre o programa nuclear do Irão.
O governo do Irão admitiu, segundo a BBC, ter matado o cientista Shahram Amiri, por este ter revelado informações sobre o programa nuclear do país ao serviço de inteligência dos EUA.
Gholamhosein Mohseni Ejehi, um porta-voz do poder judiciário iraniano, disse aos repórteres que “através da sua ligação aos Estados Unidos, Amiri deu informações vitais ao inimigo acerca do nosso país”.
Amiri desapareceu na Arábia Saudita em 2009, durante uma peregrinação religiosa a Meca.
Quando regressou à pátria, em 2010, o cientista afirmou que tinha sido sequestrado pela CIA e que os serviços secretos norte-americanos lhe tinham proposto 50 milhões de dólares para cooperar com eles, mas que rejeitou a proposta.
Shahram Amiri foi recebido como herói, mas foi condenado a uma longa pena de prisão porque o governo iraniano ainda acreditava que este teria fornecido “informações úteis” aos EUA de livre e espontânea vontade.
Mais tarde, o Supremo Tribunal do Irão confirmou a execução do cientista, julgado por espionagem.
A mãe de Amiri afirmou que quando as autoridades entregaram à família o corpo do filho, o cadáver tinha marcas de cordas no pescoço.
Antes de desaparecer, o cientista trabalhou na Universidade de Teerã Malek-Ashtar e na Organização de Energia Atómica do Irão, mas as autoridades iranianas negam que este tenha participado do programa nuclear do país.
BZR, ZAP / BBC