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Um dos homens mais ricos do mundo propõe semana de trabalho de 3 dias

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ITU Pictures / Flickr

Carlos Slim, o homem mais rico do México e um dos mais ricos do mundo

Carlos Slim, o homem mais rico do México e um dos mais ricos do mundo

Carlos Slim, um dos homens mais ricos do mundo, voltou a propor uma ideia que tem promovido há alguns anos: deveríamos passar a trabalhar apenas três dias por semana.

O quarto homem mais rico do mundo é conhecido no seu país como o “rei Midas das telecomunicações”, devido à sua capacidade para transformar empreendimentos decadentes em empresas lucrativas, e já roubou por várias vezes o título de homem mais rico a Bill Gates.

Em entrevista à Bloomberg, Carlos Slim, de 76 anos, afirma que, “ao ter-se quatro dias por semana livres, uma série de atividades seriam encorajadas – o turismo, o entretenimento, o desporto, a cultura ou a educação – e as pessoas poderiam tirar proveito desses dias extra para manter a sua aprendizagem”.

A sua proposta da semana de trabalho de três dias não é nova. Em julho de 2014, em entrevista ao Financial Times, o empresário mexicano já tinha referido a redução da semana de trabalho de cinco para três dias, que teria como contrapartida um aumento do horário para 11 horas por dia e a idade da reforma para os 70 ou 75 anos.

“Em vez de trabalhar cinco dias, 35 horas ao todo, podíamos trabalhar apenas três dias e dar espaço para outros trabalharem”, especifica agora o empresário à Bloomberg.

Carlos Slim defende que “semanas mais curtas são uma solução para as mudanças civilizacionais”.

“Historicamente, os avanços tecnológicos e o progresso levaram as pessoas a trabalhar menos tempo”, analisa, acrescentando que “o que está agora a acontecer é que as pessoas vivem mais tempo, com melhor saúde e sem a necessidade de esforço físico”.

“É importante que as pessoas não se reformem aos 50, 60, ou 65 anos de idade. Devem fazê-lo mais tarde, porque são eles que têm mais conhecimento e experiência. Mas ao mesmo tempo deveriam trabalhar três dias por semana, para abrir espaço para os mais jovens“, sustenta o presidente emérito da América Móvil.

Esta poderia mesmo ser uma solução para a sustentabilidade do sistema de segurança social, permitindo às pessoas trabalharem até muito mais tarde, até aos 70-75 anos, o que reduziria a carga das reformas nas contas do Estado.

“É uma óptima mudança a de se trocar menos dias de trabalho por mais anos de trabalho até à reforma”, defende Carlos Slim, salientando que na Telmex, a empresa de telefones fixos da América Móvil, essa oferta está a ser feita há já a alguns anos e cerca de 40% dos trabalhadores selecionados aceitaram-na.

“Suponha que metade dos funcionários da Telmex era excedentário. Seria uma grande solução: teríamos metade a trabalhar de segunda a quarta-feira, o resto de quarta a sábado. Poderíamos prestar serviços 12 horas por dia durante seis dias. E as pessoas reformavam-se aos 75 com mais tempo livre até lá”, afirmou.

Aline Flor, ZAP //

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6 Comments

  1. A enorme fortuna que esse sr. possui, não se deve à política que tanto apregoa.
    Mesmo assim, trabalhar até os 75 anos…, levaria a que a esmagadora maioria dos trabalhadores, não chegasse à idade da reforma. Vai-te ganho, não me dei-as percas (prejuízo)!

  2. Numa primeira análise, baseada apenas na notìcia, é dificil definir se seria boa ou má ideia.
    Parto sempre do princípio que, gente muito rica, olha apenas para o próprio umbigo.
    Estão num patamar cujos objectivos já não são os de sobrevivência, ( comum a todos nós) mas sim os de poder. Quanto mais ricos mais poderosos e influentes. É isso que os move.
    Confesso que, genéricamente, a ideia tal como foi noticiada, não me parece completamente má. A lógica histórica, ao nível da esperança de vida ter aumentado, é correcta, está certa, trabalhar as 11horas/dia, talvez permitisse acabar com abusos ( muita gente com horário de 8h é explorada e todos os dias faz 9, 10h sem ganhar mais por isso ). Já relativamente ao anos para reforma, estou contra, acho os 75/76 anos um exagero visto que não é previsivel nem está cientificamente provado que um esquema de trabalho defendido por este individuo fosse aumentar a esperança de vida das pessoas para beneficiarem da sua carreira contributiva, isto é, da pensão. Por outro lado, poderia haver melhorias nos racios de empregabilidade, ou seja, menos desemprego e mais emprego para jovens e menos jovens mas, quais seriam os custos disso, em termos de rendimento, para as pessoas? Tudo isto carece de explicações aceitäveis. Meter as pessoas a trabalhar 3 dias com o pagamento respectivo, implicaria uma perda de rendimentos brutal. Se a ideia tem isto por base, no nosso Paíspor exemplo, onde os rendimentos são baixos para uma franja muito considerável da população, seria completamente absurdo.

  3. Proponho que os ricos passem a trabalhar apenas três dias por ano: é do conhecimento de todos que eles passam trezentos, sessenta e cinco dias a explorar os pobres………………..

  4. Tenho a certeza absoluta que a riqueza deste “Gajo” veio de pessoas humildes que se humilharam a trabalhar até à exaustao 6 dias por semana 15 a 18 horas cada dia…Eu tambem se fosse riquinha.. nem 3 dias precisava de trabalhar… ÓH coiso, és mesmo hipocrita e mal agradecido de todo

  5. Ou se distribui o trabalho que se possa gerar por mais pessoas ou/e reduz ainda mais a taxa de natalidade, o que não faz sentido é aumentar a carga horária de quem trabalha enquanto se automatiza tudo e se pede ás pessoas para terem mais filhos quando já temos dificuldade em suportar o actual estado social. Será que há quem ache divertido termos multidões de miseráveis e excluídos?

  6. Este Senhor podia dar-me trabalho.
    Aí uns 10.000 Euritos por semana e eu até lhe fazia a vontade de ir ao trabalho 3 horas agora 3 dias?
    Vai explorar outro.

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