Uma misteriosa seita, recentemente envolvida em confrontos mortais na Índia, tinha o seu próprio governo, exército, tribunal e prisão, onde a tortura era a regra, disse fonte policial, citada pela agência AFP.
Perto de três mil seguidores da seita indiana Swadhin Bharat Vidhik Satyagrah envolveram-se esta quinta-feira em confrontos com a polícia indiana, durante uma operação de despejo, que resultou em 24 mortos, incluindo dois agentes da polícia e um dos líderes da seita, Ram Vraksha Yadav.
A operação policial tinha como objectivo o despejo de um terreno, num parque da cidade de Mathura, no estado de Uttar Pradesh, que a seita tinha ocupado em 2014 e onde vivia praticamente isolada, disse um inspetor-geral da polícia.
Os confrontos tiveram início quando os 3.000 membros do grupo resistiram às forças da polícia destacadas para despejar o terreno.
Os dois agentes da polícia abatidos foram alvejados por tiros de alguns dos membros da seita, que se posicionaram em árvores altas, de onde lançaram também engenhos explosivos artesanais.
“Eles alvejaram-nos do alto das árvores”, disse Javeed Ahmad, diretor geral da polícia do Estado de Uttar Pradesh, em conferência de imprensa.
Os membros da seita atearam então fogo às suas habitações improvisadas, nas quais estavam armazenados cilindros de gás e explosivos.
“22 dos seus membros morreram, dos quais 11 queimados. Uma das vítimas é uma mulher”, acrescentou Ahmad.
Os seguidores da Swadhin Bharat Vidhik Satyagrah descrevem-se como revolucionários políticos e sociais, defendem o fim de eleições e reclamam combustível mais barato para todos.
A seita tem o tinha o seu próprio sistema de governo, um exército, tribunal e uma prisão com câmaras de tortura.
Segundo as autoridades indianas, crianças com 8 anos recebiam treino militar da seita, e os seus dirigentes pretendiam levar os fiéis para um “terrorismo religioso“.
“A sua ideologia é semelhante à dos naxalitas”, explicou Pradeep Bhatnagar, governador administrativo da região.
Os naxalitas são guerrilheiros maoístas que desafiam as autoridades nas grandes zonas do centro e este da Índia.
ZAP / Lusa
Por cá também se vão criando algumas seitas, desde religiosas a sexuais entre outras há hoje liberdade para tudo!