Familiares do militar, suspeito de matar 11 pessoas num posto militar em Cabo Verde, acreditam que na origem das mortes poderão estar alegados maus tratos a que o jovem seria sujeito.
Em declarações à Lusa, um primo de Manuel António Silva Ribeiro, mais conhecido por Entany Silva, disse que este lhe confessou os crimes ainda na segunda-feira.
Nesse mesmo dia, oito soldados e três civis, entre os quais dois cidadãos de nacionalidade espanhola, apareceram assassinados no posto militar de Monte Txota, na Ilha de Santiago.
O familiar, que não quis ser identificado, admitiu que, depois do crime, Entany saiu do posto militar e ainda dormiu em casa, no Palmarejo, onde lhe mostrou fotografias dos corpos, tiradas com o telemóvel.
Segundo a Lusa, a mesma fonte adiantou também que o suspeito lhe disse que disparou contra os militares por ser alvo de maus tratos dos colegas no quartel.
Relativamente aos três civis, que iriam realizar operações de manutenção de equipamentos de telecomunicações, o jovem de 21 anos confessou ao familiar que queria o veículo em que chegaram ao local para fugir e que, como estes terão resistido, atirou também sobre eles.
Também em declarações à agência, Albertino Pires, o padrasto, contou que a mãe do jovem militar vive nos Estados Unidos há 16 anos, país para o qual Entany queria ir também.
O militar já teria todos os documentos necessários para emigrar, estando apenas à espera de uma petição e de sair da tropa. Faltavam pouco mais de dois meses para completar os catorze de serviço militar.
O padrasto considera que o jovem era uma pessoa “calma” e que “tinha um comportamento normal, sem sinais de agressividade”.
Entany foi detido esta quarta-feira pela polícia cabo-verdiana, numa operação no bairro da Fazenda, na cidade da Praia, depois de ter feito um taxista como refém.
Deverá ser presente a Tribunal no prazo de 48 horas após a detenção para conhecer as medidas de coação. O massacre levou o Governo de Cabo Verde a declarar um luto oficial de dois dias.
ZAP