BPI reagiu ainda esta terça-feira ao comunicado da Santoro, que considera que a lei promovida pelo Governo é declaradamente a favor dos interesses do grupo espanhol.
Em resposta ao comunicado enviado pela Santoro ao início da tarde de ontem, o banco português decidiu esclarecer a sua posição, começando por dizer que “não reconhece a versão dos factos apresentada” pela holding de Isabel dos Santos.
“O Banco BPI reafirma que lhe foi comunicado pela Santoro Finance e pelo CaixaBank, em 10 de Abril, que ‘se encerraram com sucesso’, naquele dia, as negociações que envolveram aquelas entidades com o objectivo de ‘encontrar uma solução para a situação de incumprimento pelo Banco BPI do limite dos grandes riscos”, lê-se.
“O Banco BPI reafirma igualmente que, como comunicou ao mercado em 17 de abril, ao solicitar alterações aos documentos contratuais nos quais estava vertido o resultado das negociações que tinham sido encerradas a 10 de abril, a Santoro Finance desrespeitou o que tinha acordado, relativamente a obrigações que apenas diziam respeito à própria Santoro”, continua.
O banco português nega ainda que tenha sido agendada qualquer reunião com o Banco Nacional de Angola que, segundo o comunicado da Santoro, não se teria realizado “por alegada indisponibilidade dos representantes do BPI”.
“De facto, tal reunião nunca foi solicitada pelo BNA e nunca esteve, portanto, agendada. O Banco declara, a este propósito, que sempre esteve e estará disponível para responder às solicitações do BNA, instituição com a qual sempre manteve e continua a manter um relacionamento de plena colaboração”, afirma.
O comunicado do BPI termina dando conta de que “regista a intenção da Santoro no sentido de conduzir este processo de forma a responder aos interesses de todas as partes envolvidas, respeitando sempre os princípios da idoneidade e transparência”.
No comunicado enviado ontem, a holding da empresária angolana considerou que a lei promovida pelo Governo, que permite a “desblindagem” dos estatutos das instituições financeiras, é uma “medida historicamente sem precedentes e declaradamente parcial” a favor dos interesses do CaixaBank.
Em declarações ao Diário de Notícias, fonte do Governo rejeitou que estas alterações legislativas tenham sido feitas a pensar especificamente no caso do BPI, assegurando que a posição do executivo foi de “absoluta neutralidade e imparcialidade”.
ZAP