O Rei de Espanha chamou os partidos para uma nova ronda de audições a 25 e a 26 de abril. As negociações surgem depois de o PSOE não ter conseguido a maioria parlamentar para sustentar um Governo.
Felipe VI comunicou a decisão esta terça-feira ao presidente do Congresso dos Deputados, sendo esta a terceira ronda de consultas promovida pelo Rei de Espanha para perceber se pode ou não haver nova tentativa de investidura.
O impasse político no país vizinho dura desde as eleições gerais de 20 de dezembro, quando o Partido Popular foi a força partidária mais votada, mas não conseguiu revalidar a maioria, e ganha cada vez mais força a hipótese de eleições antecipadas.
Felipe VI tenta agora perceber se pode propor outro candidato que conte com o apoio do Congresso dos Deputados – nomeadamente, uma coligação liderada pelo PSOE -, ou se avança com a dissolução do Parlamento e convoca novas eleições.
O Partido Popular, liderado por Mariano Rajoy conquistou 28% dos votos e 123 mandatos de deputados nas eleições de dezembro. O PSOE conseguiu 22% dos votos (90 deputados), o Podemos teve 20% (69 mandatos) e o Ciudadanos recebeu quase 14% (40 deputados).
A última tentativa de chegar a um acordo aconteceu na quinta-feira, com uma reunião entre os líderes do PSOE, Podemos e Ciudadanos que voltou a não ser bem-sucedida.
Na sexta-feira, o porta-voz parlamentar dos socialistas espanhóis, Antonio Hernando, acusou o Podemos de torpedear as negociações para formação de governo com o PSOE e o Ciudadanos, com artimanhas e “falta de sinceridade” e com o objetivo último de “repetir as eleições”.
Para o porta-voz socialista, Iglesias e o Podemos estão mais perto do PP de Mariano Rajoy, com quem votaram “não” na primeira sessão de investidura falhada do socialista Pedro Sánchez.
“Iglesias e Rajoy trabalharam para que houvesse novas eleições desde o primeiro dia. Constatamos hoje que a posição do Podemos nas negociações foi uma artimanha, porque sempre quis novas eleições”, salientou Hernando.
ZAP