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Assembleia Geral do FC Porto termina com ameaças e agressões a jornalistas

fcporto.pt

O presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa

O presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa

O fim da reunião na noite desta segunda-feira ficou marcado por um grupo de pessoas que alegadamente intimidaram os jornalistas que estavam no local. Um repórter de imagem terá sido agredido.

A Assembleia Geral do FC Porto tinha como único propósito discutir a proposta do regulamento eleitoral para as próximas eleições do clube mas, segundo o Expresso, terminou com incidentes entre um grupo de pessoas e os jornalistas que se encontravam no local.

Segundo o jornal, o final da reunião ficou marcado por intimidações aos jornalistas protagonizadas por um grupo de “adeptos, alguns dos quais de rosto parcialmente encoberto por cachecóis”. Um repórter da Sport TV terá sido golpeado na cabeça.

O Sindicato dos Jornalistas já reagiu a este incidente através de um comunicado no qual condena “o clima de intimidação criado e exige que sejam apuradas todas as responsabilidades neste caso”.

“Além de configurar um crime, o recurso à violência, física e verbal, representa, nestas situações, uma clara tentativa de condicionamento da atividade jornalística, o que coloca em causa a liberdade de imprensa e, em último caso, o direito a uma informação transparente e independente”.

O SJ lamenta ainda as próprias declarações de Pinto da Costa na reunião, na qual assegura que o dirigente “teceu duras críticas à imprensa”, e encoraja os jornalistas visados a agir criminalmente contra os agressores.

Por seu lado, também o FC Porto fez questão de responder ao sindicato com um novo comunicado, questionando com que factos se suporta para assegurar que as agressões foram protagonizadas por adeptos do clube.

“Com que factos se suporta o Sindicato dos Jornalistas para assegurar que se tratam de adeptos do FC Porto? Já não seria a primeira vez que incidentes nas imediações do nosso estádio foram protagonizadas por adeptos de outros clubes, como aconteceu, por exemplo, antes de um FC Porto-Sporting em que um numeroso grupo de adeptos, que se veio posteriormente a averiguar serem do Sporting, protagonizou vários episódios de violência”.

Os dragões afirmam condenar “todos os géneros de violência” e consideram que “este caso deve ser tratado na esfera das autoridades policiais, as únicas com competência para averiguar o que realmente aconteceu”.

“Pior é o Sindicato dos Jornalistas cometer o erro primário de relatar factos que não viu, não confirmou e, ainda pior, sem ouvir uma das partes visadas – são regras elementares do jornalismo”, acusa.

“Tem sido um mau mandato”

Os desacatos foram o culminar de uma reunião bastante concorrida pelos sócios portistas, tanto que a sala de conferências escolhida acabou por se revelar demasiado pequena.

De acordo com o Expresso, os 30 minutos reservados à discussão geral estenderam-se por quase duas horas, com muitos associados a querer confrontar Pinto da Costa com os maus resultados do clube.

O presidente recebeu ainda várias sugestões dos sócios, com vários a pedir que se livrasse de determinados “oportunistas” e que fizesse “uma limpeza geral aos mafiosos” que estão com ele.

Pinto da Costa reconheceu que este está a ser um “mau mandato” mas tentou recordar outros pontos positivos como, por exemplo, o museu do clube, a construção de uma piscina, a academia de bilhar e o regresso ao ciclismo.

O dirigente aproveitou ainda para tranquilizar os associados, anunciando um contrato de três anos de “vários milhões de euros” com a Unicer.

ZAP

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