Esta terça-feira, na Coreia do Sul, a Google encerrou a ronda de testes do sistema de inteligência artificial AlphaGo, que disputou cinco partidas do tradicional jogo de tabuleiro Go com o campeão Lee Sedol.
O resultado final foi de 4 a 1 para a máquina, sendo que a única vitória humana, que aconteceu este domingo, era mesmo considerada improvável.
A inteligência artificial é um dos projetos de uma subsidiária da Google chamada DeepMind e já tinha vencido as três primeiras partidas de um total de cinco desde a última semana.
Isto impediu que Lee levasse para casa o prémio de um milhão de dólares que lhe foi prometido caso vencesse, mas ainda assim o torneio continuou até o fim, provando que o AlphaGo não apenas funciona como também acaba a aprender com o comportamento do oponente.
A noção era de que a AlphaGo estava a vencer com mais facilidade a cada partida, dando menos espaço para as jogadas de Lee a cada vez que a dupla se confrontava. Ainda assim, o intelecto do campeão mostrou que não estava em Seul para brincadeiras e ganhou pelo menos uma das rodadas contra o que afirmou ser o oponente mais formidável que já enfrentou na sua carreira.
Antes do confronto, o campeão afirmava que seria fácil vencer a máquina, sem deixar que vencesse nenhuma partida – ou, no máximo, uma. As declarações feitas após os jogos, no entanto, contavam uma história diferente e, na segunda etapa, o profissional chegou a afirmar que não esteve em vantagem em nenhum momento.
O feito da DeepMind marca a primeira vez que um sistema de inteligência artificial vence um jogador profissional num jogo que não envolve cálculos matemáticos e força bruta, como é o caso do xadrez, campo em que o computador Deep Blue venceu Garry Kasparov em 1997.
O Go é um jogo de estratégia em que os oponentes posicionam pedrinhas num tabuleiro de grelhas com o objetivo de conquistar territórios e as peças do adversário. São tantas variáveis que a tradição chinesa afirma que nunca na história existiu uma partida igual a outra.