Um novo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) revelou que cerca de 90% das pessoas no mundo têm algum tipo de preconceito contra as mulheres. A mesma análise demonstrou que aproximadamente 50% dos homens acreditam ter mais direito a um emprego do que as mulheres.
Segundo noticiou a BBC, o índice “Normas Sociais de Género” analisou 75 países, em áreas como a política e a educação, concluindo igualmente que um terço dos entrevistados considera aceitável que os homens batam nas suas companheiras. O estudo salientou que não existem países com igualdade de género.
No Zimbábue, apenas 0,27% das pessoas revelou não ter qualquer viés de género, ficando na última posição do ‘ranking’. No outro extremo da escala está Andorra, onde 72% das pessoas não relataram situações de preconceito.
Aproximadamente 96% das pessoas no Zimbábue disseram que a violência contra as mulheres é aceitável e a mesma proporção indicou que não apoia os direitos reprodutivos. Nas Filipinas, 91% das pessoas têm as mesmas opiniões.
Segundo o relatório, cerca de metade das pessoas do mundo sentem que os homens são melhores líderes políticos. Na China, 55% dos entrevistados acreditam que os homens são mais adequados para ocuparem postos de liderança política.
Nos Estados Unidos (EUA) cerca de 39% das pessoas consideram que os homens são melhores líderes. O contrário do que se passa na Nova Zelândia – país que tem atualmente uma líder feminina -, onde apenas 27% das pessoas pensam dessa forma.
O número de mulheres chefes de governo é hoje menor do que há cinco anos, com apenas 10 mulheres nessas posições em 193 países, comparativamente a 15 em 2014. No entanto, quando se trata de assentos no parlamento, há uma percentagem um pouco maior de mulheres nessas funções.
A América Latina e o Caribe registam a maior proporção de assentos no parlamento ocupados por mulheres, com 31%. Já os países do sul da Ásia registam a menor percentagem, com apenas 17%.
“Percorremos um longo caminho nas últimas décadas para garantir que as mulheres tivessem o mesmo acesso às necessidades básicas da vida que os homens”, sublinhou Pedro Conceição, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, na sigla em inglês).
Mas, acrescentou, “as diferenças de género ainda são muito óbvias noutras áreas, particularmente naquelas que desafiam as relações de poder, as mais influentes na obtenção da verdadeira igualdade. Hoje em dia, a luta pela igualdade de género é uma história de preconceitos”.
O mesmo estudo mostrou ainda que as mulheres recebem menos que os homens e têm uma menor probabilidade de ocupar cargos de chefia. Globalmente, 40% das pessoas defendem que os homens são melhores empresários.
No Reino Unido, 25% dos entrevistados consideram que os homens são melhores executivos e têm mais direito a um emprego do que as mulheres. Na Índia, esse número sobre para 69%.