Com o leilão, o Estado arrecadou mais de 566 milhões de euros, depois de várias críticas de partidos e do governo devido à demora.
A licitação principal do leilão do 5G terminou hoje, mais de nove meses depois de ter arrancado, após 1.727 rondas, no “montante total atingido” de 566,802 milhões de euros, anunciou hoje a Anacom.
“Terminou hoje a fase de licitação principal do Leilão 5G e outras faixas relevantes após 1.727 rondas e, consequentemente, concluiu-se a fase de licitação do leilão, tendo sido apurados os resultados constantes da tabela abaixo, incluindo os da fase de licitação para novos entrantes (44 rondas)”, refere a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) na sua página.
“O montante total atingido ascende a 566,802 milhões de euros“, refere o regulador.
“O leilão prossegue nos termos do respetivo regulamento, com as fases de consignação e atribuição dos direitos de utilização, processo que inclui a audiência prévia dos candidatos e licitantes e decisão final do Conselho de Administração da Anacom”, é ainda referido.
A NOS foi quem mais investiu no leilão, num total de 165 milhões de euros, seguindo-se a Vodafone (133 milhões), a MEO (125,2 milhões), a Nowo (70 milhões), a DixaRobil (67,3 milhões) e a Dense Air (5,7 milhões).
A demora do leilão motivou várias críticas, inclusivamente do governo, com António Costa a criticar a Anacom na semana passada. Os valores licitados por dia subiram ligeiramente depois das críticas do primeiro-ministro. A Anacom alterou as regras do leilão em Setembro, obrigando a um aumento dos montantes mínimos que tinham licitados a cada dia, tendo esta alteração levado a uma subida diária de mais de 4 milhões.
Portugal vai ser assim um dos últimos a avançar para o 5G. Na primeira fase do leilão só podiam participar operadores que não estivessem instalados em Portugal, mas a segunda fase já foi aberta à MEO, NOS e Vodafone.
NOS assume vitória
O presidente da NOS afirmou hoje que desde o início a operadora assumiu que seria vencedora do leilão 5G, salientando que “graças ao espectro” adquirido garante “a melhor rede” de quinta geração, manifestando satisfação com o desfecho.
“Assumimos desde o início que sairíamos vencedores deste leilão” e “graças ao espectro que adquirimos garantimos a melhor rede 5G, a qual permitirá acelerar a transição de Portugal para um país mais digital e garantir o desenvolvimento sustentável da sociedade e da economia nacional”, afirma o presidente executivo da NOS, Miguel Almeida, numa reação após o anúncio do fim do leilão.
“É com grande orgulho que vemos cumprir este desígnio e que reforçamos o nosso compromisso com o país”, acrescenta.
“O 5G abre um novo capítulo na história da NOS, pelo potencial que tem de transformar tudo e abrir possibilidades até aqui nunca imaginadas”, salienta Miguel Almeida.
“É uma oportunidade para conquistarmos a liderança das comunicações em Portugal” e “não podíamos estar mais satisfeitos com o desfecho do leilão, desde o desenho da estratégia até à concretização plena dos objetivos, apesar de ter sido um processo atípico, que ficou marcado pela situação pandémica e manchado pela atuação do regulador”, aponta o presidente executivo.
A operadora refere que, “após mais de 200 dias de licitação, no mais longo leilão de sempre, a NOS adquiriu todo o espectro possível para a exploração da nova tecnologia: 100MHz na faixa dos 3,6GHz e 2x10MHz na faixa de 700MHz, adquirindo também 2x5MHz na faixa dos 2100MHz e 2x2MHz na faixa dos 900MHz para reforço da sua rede 4G e melhoria da qualidade do serviço em todo o território nacional”.
A empresa salienta que o investimento realizado “é proporcional à ambição da NOS em liderar o 5G, garantindo assim as melhores condições para entregar, em pleno, as potencialidades desta nova geração de comunicações móveis ao país”.
ZAP // LUSA