Um tribunal de Los Angeles condenou, esta segunda-feira, a Johnson & Johnson a pagar um valor recorde de 417 milhões de dólares a uma mulher que afirmou ter desenvolvido cancro nos ovários após usar o pó de talco daquela empresa.
A mulher, que está hospitalizada, interpôs uma ação judicial contra a companhia norte-americana, alegando que o pó de talco para bebés que comercializa provoca cancro nos ovários, quando usado regularmente na higiene feminina.
O veredicto do tribunal, no processo movido pela californiana Eva Echeverria, estabeleceu a maior quantia alguma vez concedida numa série de processos judiciais contra a Johnson & Johnson por causa do pó de talco, em tribunais dos Estados Unidos.
Echeverria alegou que a Johnson & Johnson não alertou convenientemente os consumidores quanto ao risco de desenvolverem cancro por causa dos produtos à base de talco.
A queixosa usou o pó de talco para bebé daquela companhia numa base diária desde 1950 até 2016 e foi diagnosticada com cancro dos ovários em 2007, de acordo com o processo.
A porta-voz da Johnson & Johnson, Carol Goodrich, disse em comunicado que a empresa vai recorrer da decisão do júri, acrescentando que a evidência científica mostra a segurança do pó de talco para bebés da Johnson.
O veredicto surge depois de um tribunal no Missouri ter condenado a empresa ao pagamento de 110,5 milhões de dólares a uma mulher da Virgínia a quem foi diagnosticado cancro dos ovários em 2012.
Além desse caso, três outros tribunais de St. Louis aplicaram sentenças semelhantes no ano passado, com os júris a ordenar o pagamento de indemnizações nos valores de 72 milhões, 70,1 milhões e 55 milhões, num total que ascende aos 307,6 milhões de dólares.
// Lusa