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Lisboa: 400 manifestantes contra o fascismo, 40 a homenagear Salazar

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António Pedro Santos / Lusa

Manifestantes protestam em frente à Assembleia da República, durante uma ação de homenagem a Salazar

Nem a chuva intensa que caiu na capital esta sexta-feira impediu centenas de pessoas de sair à rua: umas contra o fascismo, outras por Salazar.

Cerca de 40 pessoas manifestaram-se esta sexta-feira em Lisboa, numa homenagem ao ditador António de Oliveira Salazar, condicionando o trânsito durante perto de meia hora, entre o Largo do Rato e a Assembleia da República.

Com bandeiras do movimento de extrema-direita “Nova Ordem Social” e liderados pelo ativista nacionalista Mário Machado, os manifestantes exibiram uma tarja onde se podia ler “Salazar faz muita falta” e entoaram diversas palavras de ordem como “ontem, hoje e sempre, Portugal independente; ninguém cala a nossa voz, o futuro somos nós”.

Sob chuva intensa, o grupo reuniu-se, pelas 19h00, em frente à sede nacional do PS, partido que, segundo um dos manifestantes é o responsável pela “total decadência” do país, tal como o seu “gémeo”, o PSD.

As quatro dezenas de manifestantes desceram depois a rua de São Bento, continuando com “vivas” a Salazar e outros lemas, como “ação, ação, lutar pela nação”. Na escadaria principal da Assembleia da República, os elementos da “Nova Ordem Social” colocaram-se junto às barreiras da polícia.

Depois de entoar “A Portuguesa”, acabaram por desmobilizar, pelas 20h00, numa altura em que o trânsito automóvel já tinha sido reaberto.

Em simultâneo, mas do Rossio ao Largo de Camões, 400 pessoas juntaram-se para uma ação contra o fascismo, apoiada por seis dezenas de associações e coletivos, recordando as vítimas do racismo e da repressão, adianta a TSF.

A iniciativa terminou quando a Estátua de Camões ficou envolvida numa faixa vermelha com as palavras “não esquecemos, não perdoamos“, em homenagem a Alcindo Monteiro, português de origem cabo-verdiana que foi morto em 1995 por espancamento no Bairro Alto por um grupo de Skinheads.

Ao Diário de Notícias, Luís Batista, membro da Plataforma Antifascista de Lisboa (PAFL) afirmou que a iniciativa desta sexta-feira visava ser uma resposta “à manifestação de extrema-direita” prevista para a mesma hora no Largo do Rato.

Na descrição da manifestação no Facebook, os promotores lamentam que a extrema-direita esteja a “ganhar mais aceitação social e presença parlamentar” em alguns países, e referem que “o fascismo já está presente em cada despejo, em cada trabalho precário, em cada rusga policial em bairros populares, em cada migrante assassinado às portas do ‘primeiro mundo’, em cada mulher morta pela violência machista”.

Saímos à rua para gritar bem alto que não toleramos a normalização de discursos fascistas e grupos/partidos de extrema-direita”, dizem.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Deviam fazer a mesma manifestaçao mas contra o comunista e a extrema esquerda não? ….a um facto historico interessante salazar morreu sem um funeral de estado digno e fazia criaçao de galinhas em casa … completamente diferente teve o funeral de Mario soares e daquilo que o estado gasta com os artigos presidentes da republica ….isto nao é apoiar ninguem apenas dizer que nem tudo foi mau nem na ditadura nem tudo e bom na republica …

  2. Salazar faz falta ?
    Provavelmente sim.
    Não teríamos comunistas a roubar o estado, contratando com ajuste direto, familiares e amigos do partido.
    Não teríamos bloquistas a atrasar este país com mentiras e demagogia, protetores de parasitas.
    Não teríamos socialistas ladrões e muito menos um primeiro ministro preocupado com a sua cor de pele.
    Não teríamos democratas tal como socialistas a roubar o estado.
    Enfim desde 74 o que fizeram ?
    Roubaram….
    Salazar só foi culpado por manter o povo analfabeto (fora das grandes cidades) e por manter uma guerra colonial durante muito tempo. Guerra essa iniciada pela CIA e CUBA e comunistas. O império de Portugal incomodava muita gente.
    Falam que muita gente foi presa, torturada, claro quem gosta de comunas ?
    Falam que havia o lápis azuis. E hoje ?
    Já se esqueceram do Sócrates em relação á TVI e atualmente o governo em relação às redes sociais.
    Falam que muita gente teve que fugir do país como o Soares. Claro quem gosta de bombistas ? Sim não sabiam…
    Falam que havia fome. E hoje ?
    Falam que quem não fosse pelo regime era controlado. E hoje ?
    Enfim…Salazar faz falta se calhar faz, não teríamos sido roubados nos últimos 40 anos, nem pelo atual governo liderado por um batatinha preocupado pela cor de pele.
    Tadinho….o Salazar tratava-te do pelo.

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