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3 polícias franceses detidos em caso de colaborador que agrediu manifestante

Philippe Wojazer / EPA

O Presidente francês, Emmanuel Macron

Três polícias foram detidos, este sábado, por terem mostrado imagens de videovigilância ao colaborador do Presidente francês, filmado a agredir um manifestante durante o desfile do 1º de Maio, informou a procuradoria de Paris.

Os três homens foram presos por “apropriação indevida de imagens de um sistema de videovigilância” e por “quebra de sigilo profissional“.

No âmbito deste caso, o ministro do Interior francês, Gérard Collomb, será interrogado na segunda-feira às 10h00 locais (09h00 de Lisboa) pela comissão da Assembleia Nacional dotada de poderes de investigação, anunciou o presidente desta comissão, Yael Braun-Piveta (do LREM, partido da maioria presidencial).

O ministro do Interior “condenou duramente” as ações destes três funcionários, suspensos na sexta-feira de manhã por precaução.

A polícia realizou hoje buscas na casa de Alexandre Benalla em Issy-les-Moulineaux, nos subúrbios do sudoeste de Paris. O colaborador do Presidente francês, responsável pela sua segurança durante a campanha presidencial de 2017 e agora nomeado “encarregado de missão” no Elysee, está sob custódia policial desde a manhã de sexta-feira.

De acordo com várias fontes relacionadas com o processo, os três oficiais superiores envolvidos, da Direção de Ordem Pública e Trânsito (DOPC) da Polícia de Paris, são o vice-chefe de gabinete, um comissário e o comandante responsável pelas relações entre a sede da polícia e o Eliseu.

Segundo a procuradoria, as imagens de videovigilância foram “mal comunicadas a terceiros na noite de 18 de julho”, precisamente na noite em que este caso foi revelado pelo jornal Le Monde.

Este processo envenenou por vários dias o Executivo francês, acusado pela oposição de ter sido informado muito rapidamente das ações de Benalla e de ter tentado abafar o caso.

Além disso, o caso também gerou polémica porque o funcionário de Macron só foi suspenso temporariamente, de 4 a 19 de maio, sem direito a vencimento.

Benalla, cuja demissão foi anunciada na manhã de sexta-feira, foi convidado como observador da polícia para supervisionar os desfiles do Dia do Trabalhador. O gabinete presidencial anunciou o seu despedimento, alegando que “surgiram dados novos” sobre o caso.

Um quinto homem, Vincent Crase, empregado do partido de Macron e reservista da polícia, também está sob custódia policial desde sexta-feira. Crase estava com Benalla a 1 de maio e é suspeito dos mesmos factos que o colaborador presidencial.

O chefe de gabinete do Presidente Emmanuel Macron, Patrick Strzoda, que estava na comitiva, foi ouvido na quinta-feira como testemunha.

Além da investigação preliminar da justiça, aberta na quinta-feira por iniciativa da Procuradoria de Paris, um inquérito administrativo foi lançado pela autoridade que investiga a polícia e um outro inquérito pela Assembleia Nacional.

ZAP // Lusa

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