Dos mais de 26 mil pedidos apresentados, apenas cerca de 2 mil processos estão a ser acompanhados pela Deco, tendo em conta que, em muitos casos, a associação já não foi a tempo de intervir por motivos legais.
A Deco recebeu pedidos de ajuda de 26.080 famílias sobreendividadas até 25 de outubro, mais 50 pedidos do que em igual período de 2016, divulgou esta terça-feira a associação de defesa do consumidor.
Contudo, dos pedidos apresentados, apenas 2.001 processos estão a ser acompanhados pela Deco, tendo em conta que em muitos casos a associação já não ia a tempo de intervir, até por motivos legais, explicou à Lusa fonte oficial. Os 2.001 processos abertos este ano em que a Deco é mediadora representam mais 16 do que aqueles a que a associação deu acompanhamento até finais de outubro de 2016.
Natália Nunes, coordenadora do Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado, disse que os 2 mil casos selecionados “são famílias que estamos a acompanhar e a tentar ajudar a renegociar os créditos, no sentido de conseguirem reequilibrar a sua situação financeira“, de acordo com a TSF.
Quanto às causas que levaram as famílias a pedir ajuda à associação de defesa do consumidor em 2017, o desemprego manteve-se como a principal, tendo sido referido em 30% dos casos.
A deterioração das condições de trabalho aparece em segundo lugar com 23,4% dos pedidos, seguindo-se as execuções/penhoras, divórcio/separação e doenças/incapacidade, com 10% cada.
A coordenadora alerta, no entanto, que estão também a surgir novas causas para o endividamento, como os “negócios/investimentos mal-sucedidos” (3,7% dos casos) e as “burlas/fraudes” (1,6% dos casos).
Quanto às habilitações académicas, a maioria das famílias que pede ajuda têm o ensino secundário (36%) ou o 3º ciclo (22%), representando o ensino superior 18%. Já as famílias com 1º ciclo são 15% e com 2º ciclo são 10%.
A taxa de esforço média dos consumidores que pediram ajuda à Deco era de 70,8%, acima dos 67% de 2016, divulgou esta terça-feira a Deco.
Natália Nunes sublinha, além disso, que a responsabilidade não é apenas das famílias, mas também dos bancos. “É a banca que está a conceder esses mesmos créditos”, disse.
ZAP // Lusa