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Gravações originais de Louis Armstrong, Nirvana e outros artistas perdidas em incêndio. Tragédia foi segredo durante 11 anos

Um incêndio nos estúdios da Universal, em Hollywood, destruiu milhares de versões originais de músicas de artistas como Louis Armstrong, Elton John ou Nirvana.

A tragédia aconteceu há 11 anos, mas só agora foi revelada por uma investigação do New York Times. Na altura, a companhia disse publicamente que o fogo tinha consumido uma atração do parque temático e um cofre de vídeos com cópias de trabalhos antigos.

O secretismo em tono deste desfalque faz levantar suspeitas de que os danos agora conhecidos tenham sido ocultados pelo facto de a Universal temer possíveis retaliações por parte dos artistas que perderam as suas gravações no incêndio.

A realidade é, realmente, bem mais dramática para o universo da música. As chamas também devastaram um arquivo sonoro que guardava alguns dos tesouros das últimas décadas. O NYT chama-lhe mesmo “o maior desastre na história da indústria da música”.

De acordo com a investigação jornalística, quase todos os “masters” (gravações originais) guardados no cofre foram destruídos pelo incêndio, incluindo registos de temas interpretados por músicas famosos desde a década de 40. Num relatório confidencial datado de 2009, um ano depois do fogo, o grupo Universal Music contabilizou a perda de cerca de meio milhão de canções.

Em causa poderão estar “masters” da coleção Decca Records, dos artistas Billie Holiday, Louis Armstrong, Duke Ellington, Al Jolson, Bing Crosby, Ella Fitzgerald e Judy Garland. O fogo também terá obliterado alguns dos melhores trabalhos do mestre dos blues Chuck Berry, editados pela Chess Records, e “masters” do primeiro registo em disco de Aretha Franklin.

Praticamente todas as gravações originais de Buddy Holly foram perdidas, bem como os de John Coltrane pela etiqueta Impulse Records. Os famosos singles “Rock Around the Clock”, de Bill Haley and His Comets; “At Last”, de Etta James; e “Louie Louie”, dos Kingsmen, também não resistiram às chamas.

A lista continua com nomes do passado e do presente da indústria musical: Ray Charles, B.B. King, the Four Tops, Joan Baez, Neil Diamond, Sonny and Cher, Joni Mitchell, Cat Stevens, Gladys Knight and the Pips, Al Green, Elton John, Eric Clapton, Jimmy Buffett, the Eagles, Aerosmith, Rufus and Chaka Khan, Barry White, Patti LaBelle, Tom Petty and the Heartbreakers, the Police, Sting, Steve Earle, R.E.M., Janet Jackson, Guns N’ Roses, Mary J. Blige, No Doubt, Nine Inch Nails, Snoop Dogg, Nirvana, Beck, Sheryl Crow, Tupac Shakur, Eminem, 50 Cent e the Roots.

As masters têm um enorme valor artístico e histórico, mesmo que as músicas já tenham sido lançadas, uma vez que são a fonte original destes lançamentos. Muitas delas têm o registo separado dos vocais e instrumentos, que podem ser usados para futuras versões. Este legado perdido está estimado em cerca de 150 milhões de dólares, sendo que o valor real é incalculável.

Segundo o jornal norte-americano, é provável que a maioria dos artistas nem saiba que as suas gravações originais se perderam para sempre.

ZAP //

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