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20% dos alunos não consegue aplicar matemática aos problemas diários

Rapariga ajudando rapaz a estudar

Os estudantes portugueses surgem em 20.º lugar numa lista de 44 países do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que avaliou, pela primeira vez, a capacidade de os alunos conseguirem resolver problemas de matemática aplicados à vida real.

Estes resultados do PISA 2012 foram divulgados hoje pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que apresenta um ranking com a média dos resultados obtidos pelos 85 mil alunos de 15 anos que participaram neste estudo.

Portugal teve uma pontuação de 494 pontos, sendo a média da OCDE de 500 pontos, segundo o relatório que analisou as capacidades dos estudantes de 44 países.

De acordo com o documento, apenas 7,4% dos portugueses conseguiram resolver os problemas de matemática mais complexos, ficando abaixo da média dos países da OCDE que se situa nos 11,4%.

Já um em cada cinco portugueses (20,6%) foi incapaz de aplicar os conhecimentos daquela disciplina a questões do quotidiano, tendo maus resultados na avaliação. Estes alunos ficaram abaixo do nível dois (numa escala em que o valor máximo é seis).

De acordo com o estudo, os três países mais bem classificados foram Singapura (562 pontos), Coreia (561) e Japão (552). Já nos três últimos lugares surgem o Uruguai (403), a Bulgária (402) e a Colômbia (399).

A OCDE sublinha no documento que em tempos de crise económica aumenta a necessidade de aumentar o investimento na aquisição e desenvolvimento de ferramentas para os cidadãos, através do sistema de educação e do local de trabalho.

“Num momento em que os orçamentos públicos estão apertados e há pouco espaço para estímulos fiscais e monetários, investir em reformas estruturais para impulsionar a produtividade, tais como a educação, é a chave para o crescimento no futuro”, lê-se no relatório.

O documento sublinha também as “preocupantes” diferenças de género, no que toca à matemática: “mesmo quando a performance das raparigas é tão boa como a dos rapazes, elas reportam menos perseverança, menos motivação para aprender matemática, menos fé nas suas capacidades matemáticas e níveis mais altos de ansiedade”.

No caso nacional, o relatório mostra que os rapazes têm, em média, mais 16 pontos do que as raparigas, colocando Portugal entre os países onde a diferença é mais notória.

O país mais mal classificado do ranking, a Colômbia, é também onde os rapazes mais se destacam das raparigas nesta capacidade de utilizar a matemática, com 31 pontos de diferença. Segue-se a China (25 pontos), o Brasil e a Eslováquia (ambos com 22 pontos), o Japão (19). Na Europa, com maiores diferenças surge apenas a Itália (18 pontos).

/Lusa

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