Mais de 100 agentes da PSP estão a ser constituídos arguidos em processos disciplinares, depois de divulgado o caso das trocas dos passes mensais de autocarro da Transportes Sul do Tejo por dinheiro.
De acordo com o Público, que em maio desvendou o esquema fraudulento que funcionava há vários anos nas bilheteiras de Cacilhas da Transportes Sul do Tejo, o processo de averiguações anunciado pela direção nacional da PSP foi, entretanto, convertido em numerosos processos disciplinares.
O porta-voz da PSP, o subintendente Paulo Flor, confirma ao jornal que foram apurados “indícios claros de infração disciplinar” que já levaram à constituição de “algumas dezenas” de agentes como arguidos.
No caso das bilheteiras de Cacilhas, os funcionários da Transportes Sul do Tejo cobravam uma comissão pela troca das requisições passadas pela PSP para carregarem os títulos de transporte; por exemplo, por um passe de 109 euros entregavam aos polícias 89 euros, ficando com o restante.
Paulo Flor não especifica o número total de polícias envolvidos no esquema, indicando apenas que “ainda há diligências em curso”. Para cada um dos agentes infratores, será aberto um processo disciplinar autónomo que terá em conta o número de vezes que recorreu ao esquema e as circunstâncias concretas em que tal aconteceu.
Já o presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP), Mário Andrade, afirma ao Público que muitos já pediram o apoio jurídico gratuito disponibilizado pelo sindicato.
“Nós dissemos que daremos todo o apoio jurídico que for necessário”, assegurou o dirigente, avançando que a informação que tem é que “serão constituídos arguidos um total de 120 polícias“, apesar de nem todos serem sindicalizados ou terem pedido o apoio jurídico do sindicato.
Depois do caso ter sido denunciado, dezenas destes agentes tentaram pedir segundas vias dos títulos de transporte para apagar o rasto do esquema.
ZAP
