James Jeffrey, enviado da administração Trump para a Síria, que falava perante a comissão de Relações Externas da Câmara de Representantes, em Washington, disse que o número de jihadistas que escaparam de prisões na Síria “deve ser superior a 100”.
Pelo menos uma centena de efetivos do grupo extremista Estado Islâmico (EI) escaparam desde o início da ofensiva militar turca no nordeste sírio, desencadeada no passado dia 9 de outubro, anunciou esta quarta-feira um alto responsável norte-americano.
James Jeffrey, enviado da administração Trump para a Síria, que falava perante a comissão de Relações Externas da Câmara de Representantes, em Washington, disse que “o número deve ser superior a 100. Não sabemos onde eles estão“.
No âmbito da ofensiva lançada pela Turquia, contra os combatentes curdo-sírios, aliados de Washington e dos ocidentais na luta contra o Daesh, muitos países manifestaram a sua preocupação com o destino dos milhares de jihadistas estrangeiros detidos em campos controlados pelas forças curdas. “Quase todas as prisões que as Forças Democráticas da Síria [FDS] controlam estão ainda seguras”, indicou Jeffrey.
O responsável acrescentou que os EUA mantêm efetivos na Síria que, em conjunto com as FDS, estão a ajudar “da melhor maneira possível” a questão do controlo das prisões, que frisou ser “uma das prioridades“.
Na terça-feira, a Turquia indicou que não iria retomar a operação militar na Síria, dado as forças curdas se terem retirado das zonas fronteiriças. O acordo com a Rússia prevê a retirada das YPG do resto da fronteira turca entre o rio Eufrates e a fronteira iraquiana no prazo de 150 horas a partir das 09:00 locais (10:00 em Lisboa) desta quarta-feira.
Ancara controlará a referida faixa entre Tal Abyad e Ras al-Ayn e o acordo não evoca qualquer data de retirada dos turcos.
No caso dos setores junto àquela faixa, após a retirada das forças das YPG (Unidades de Proteção Popular) – que deve ser “facilitada” pela polícia russa, incluindo em Minbej onde os russos e os sírios já estão -, vão circular patrulhas conjuntas turco-russas. O acordo prevê também um esforço conjunto para facilitar o regresso de refugiados.
A Turquia, que acolhe 3,6 milhões de refugiados sírios, deu como uma das razões para a criação da zona de segurança visada pela ofensiva no norte sírio o regresso de cerca de dois milhões daqueles refugiados ao seu país.
A invasão turca do norte da Síria já provocou dezenas de mortos e milhares de deslocados e refugiados entre a população civil.
ZAP // Lusa