Esconderam 1.700 garrafas de espumante no mar. Seis meses depois, provaram-no

Hurtigruten Norway

1.700 garrafas de vinho espumante estiveram a cerca de três metros de profundidade, a temperaturas de 5ºC, durante seis meses nas águas do mar da Noruega.

Para os caçadores de naufrágios, encontrar garrafas de vinho intactas no fundo do oceano, juntamente com outras provisões que teriam tornado a viagem mais confortável, não é invulgar.

O que é menos comum, no entanto, é deitar propositadamente ao mar garrafas de vinho em perfeitas condições.

Estará o leitor a perguntar-se, quem é que terá feito uma coisa destas e porquê.

Tudo tem uma explicação.

Segundo a Smithsonian Magazine, estes milhares de garrafas foram colocadas no esconderijo submerso pelas  equipas da Hurtigruten e da Rathfinny Wine Estate, no final do ano passado.

A linha de cruzeiros de longa duração norueguesa e a adega britânica, respetivamente, juntaram-se para realizar uma experiência apelidada de Havets Bobler, ou Bubbles From the Sea, para celebrar o 130º aniversário da Hurtigruten.

O projeto envolveu a submersão cuidadosa de 1.700 garrafas de vinho espumante, seladas com cera, a cerca de três metros de profundidade no mar da Noruega.

O local — secreto e remoto — escolhido para esconder as garrafas, durante seis meses a 5ºC, fica perto do norte da Noruega, não muito longe do Círculo Polar Ártico.

Em maio, as equipas trouxeram as garrafas à superfície e provaram-nas para ver que impacto o tempo passado em águas frias teria no sabor, consistência e efervescência do vinho espumante.

Kristian Dale / Hurtigruten Norway

Devido às temperaturas frias, à falta de luz e à maior pressão exercida sobre as garrafas debaixo de água, a equipa da Hurtigruten supôs que o produto final teria bolhas mais suaves e uma sensação “mais redonda” na boca.

Mas, em última análise, isso era “tudo especulação“, como afirma Tani Gurra, diretor de bebidas da Hurtigruten Norway.

“A última coisa que se quer fazer, é estragar o vinho”.

Nikolai Haram Svorte, que foi nomeado o melhor sommelier da Noruega para 2023, disse que o vinho se manteve “mais fresco do que eu esperava”.

“Desde os tons cítricos refrescantes até um final salgado mineral, como uma ostra, é claro para mim que esta experiência extremamente intrigante revelou um cenário único para armazenar e envelhecer vinho espumante.”

Depois de limpas, as garrafas serão agora guardadas em vários navios Hurtigruten para que os passageiros possam beber enquanto viajam na costa norueguesa e também até Svalbard, um arquipélago não muito longe do Polo Norte.

A empresa, que está em atividade desde 1893, também está a fazer experiências de outras formas.

No mês passado, a Hurtigruten Norway revelou planos para um navio com emissões zero. Se vier a concretizar-se, o navio poderá ser o primeiro do género no mundo.

Teresa Campos, ZAP //

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