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O miraculoso grafeno agora até transforma gás de efeito estufa em combustível

uclmaps / Flickr

Modelo da estrutura do grafeno

Modelo da estrutura do grafeno

O grafeno tem dado provas de toda a sua versatilidade e maravilhado a comunidade científica com as suas diversas aplicações. O material pode mudar radicalmente o mundo com os seus usos na medicina e eletrónica. Agora, o incrível material acaba de ficar ainda mais maravilhoso.

Investigadores da Rice University, nos Estados Unidos, expandiram as capacidades do grafeno, o material que entre outras coisas é o mais leve e resistente de sempre.

Agora, o grafeno pode converter dióxido de carbono em combustível líquido.

Em outubro, investigadores do Laboratório Nacional de Oak Ridge, nos Estados Unidos, tinham desenvolvido acidentalmente um processo que permite transformar poluição em etanol, usando um único catalisador.

Num novo estudo, os investigadores da Rice University descobriram que o grafeno pode passar por uma eletrocatálise, que causa a redução eléctrica do CO2 para combustível líquido de alta energia, criando etileno e etanol.

O processo foi descrito num estudo publicado na Nature Communications.

“O grafeno é essencialmente formado por carbono, que não é um catalizador”, explica o autor principal da pesquisa, Pulickel Ajayan. Então, foi necessário adicionar-lhe átomos de azoto, que induzem reacções químicas em presença da corrente eléctrica e dióxido de carbono.

A grande questão é entender exactamente como isso acontece.

“Tem sido um quebra-cabeças, e apesar de vários artigos terem sido escritos sobre isso nos últimos cinco a dez anos, o quebra-cabeças ainda não foi resolvido”, diz Ajayan.

O grafeno pode tornar-se um poderoso combustível enquanto reduz o nível de CO2 da atmosfera. Mas ainda há muito a ser feito antes que a comercialização do produto aconteça, e os investigadores da Universidade Rice sabem disso.

“Acredito que o que encontramos é fundamentalmente interessante, porque oferece um caminho eficiente para selecionar novos tipos de catalizadores e converter o dióxido de carbono em produtos de maior valor”, diz Ajayan.

Para criar combustível, a indústria actual usa catálise térmica, e não electrocatálise. “Por esse motivo, as empresas provavelmente não vão usá-lo tão cedo para produção em grande escala”, antevê o investigador.

“Mas a electrocatálise pode ser realizada em laboratório com facilidade, e mostrámos que pode ser útil no desenvolvimento de novos catalizadores”, conclui o investigador.

Painéis solares de grafeno que funcionam ao sol e à chuva, filtros revolucionários que podem resolver a crise mundial da água, até o preservativo mais fino do mundo… as aplicações do grafeno não param de surpreender.

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